ASSUNTO REGIONAL - MATO GROSSO Por Adriana Vandoni
Uma boa colheita depende da qualidade do plantio, essa é a lei natural da semeadura e da colheita. Na política é a mesma coisa, sem tirar nem por. Se o atual governador, que acredito que seja um bom entendedor da lei da semeadura e da colheita a tivesse seguido à risca, possivelmente nem perceberíamos suas limitadas habilidades políticas. Mas ele não a seguiu e, achando-se bom articulador, misturou sementes sem nem ver a procedência. Conclusão: está começando a colher tiririca. À presidência, enquanto namorava Geraldo Alckmin flertava com Lula. No estado era tão claro que essa orgia não ia dar certo que não sei como não percebeu antes. No lugar de um arco de alianças formou uma cama de gato para ele mesmo. Mas, o que se há de fazer... o cara não pode ser bom em tudo, né mesmo? É antigo aliado pulando fora, é um querendo passar a perna no outro, traição e conspiração correm soltas e, caso ocorra com ele uma provável queda nos índices de pesquisa, muitas ainda virão. Até uma orgia precisa ter um mínimo de organização, do contrário, sempre terão os que saem no prejuízo, assim comentou um amigo expert ... em política, não em orgias. O impasse do senado é hilariante e deprimente. Primeiro o grupo de Blairo Maggi queria apoiar Pedro Henry (PP) ao senado e enquanto esperava a decisão das encrencas em que ele estava metido, deu corda para Eraí Maggi (PDT). Inflou-o de esperanças e quando não precisavam mais dele, simplesmente o descartaram. Olha, vou repetir o que escutei um político dizendo: “ninguém pode mexer com os sentimentos dos outros”, isso na política pode render frutos envenenados. Eles mexeram. Ao mesmo tempo em que incentivava Erai, desdenhava Jaime Campos (PFL). Ele foi desprestigiado e desrespeitado durante o ano passado inteiro. Confesso que não sei como suportou tanto descaso. Bem, mas após ter sido definido seu nome, a briga foi transferida para a sua suplência. Deixaram Iracy França (PPS e atual vice) de fora da chapa majoritária por acharem que dela não precisam mais. Uma atitude muito estimulante para que ela apóie outro candidato. Isso acontecerá? Só o “crárividente do rrresumo do dia” poderá responder (programa de entrevistas apresentado por Roberto França, marido de Iracy). Por falar nisso, ô Roberto, seu programa tá fazendo falta. É sério, após as eleições, volte, por favor! Até a antes irrelevante e desnecessária segunda suplência está dando outra briga. Registrado o nome do ex-governador Osvaldo Sobrinho (PTB) no TRE, o arco de aliança quer trocar Sobrinho por Renê Barbour (PPS com apoio do PP), sob a ameaça de sair da coligação, o que prejudicaria os candidatos do PPS. Mas essa questão do senado está interessante mesmo. De uns dias pra cá, o Conselheiro do TCE e ex-governador Julio Campos, irmão do candidato Jaime, o antes enjeitado, mostrou que ainda tem na memória seus conhecimentos sobre articulações políticas. Aliás, Julio, assim como Dante de Oliveira, foi um dos grandes Líderes políticos de MT. Julio disparou a dizer que gostaria de estar na chapa da deputada federal Telma de Oliveira (PSDB e viúva de Dante), insinuando que teria uma mega-votação, a intenção é induzi-la a disputar a reeleição e assim, eliminá-la de uma possível disputa com o mano. Mas ocê é danado, hein DJulio? Por outro lado, já soube até de uma tal pesquisa telefônica feita por um dos “articuladores” do arco de aliança revelando que se Telma fosse candidata ao senado ganharia em Cuiabá, onde a consulta foi feita. O objetivo do “parlamentar ibope”, claro, é estimular Telma a disputar o senado para enfraquecer Jaime e de quebra, tirá-la da disputa que poderá fragilizar a eleição de seus escolhidos. Céus! Isso porque o arco é de aliança! Essa é uma mordaz tentativa de indução ao erro. Telma deve saber com clareza o momento que passa com a perda do companheiro, e refletirá sem se deixar levar por esses comentários agourentos. Talvez esteja em suas mãos desfazer um dos grandes erros cometidos por Dante durante sua gestão: transferir poderes demais aos deputados estaduais, o que possibilitou a formação do feudo que está lá. Aliás, eu mesma tive essa conversa com ele, que reconheceu o equívoco e tinha como proposta tentar reverter isso. Blairo chegou anunciando que faria isto e aquilo, que quebraria paradigmas, e só fez fortalecer essa relação. Fortaleceu de tal forma que hoje depende deles. É Blairo, não foi por falta de aviso. Passou seu governo inteiro adubando tiriricas. E mamãe sempre disse: se você plantou tiririca, não adianta agora querer colher soja!
Editado por Adriana às 7/11/2006 03:28:00 PM |
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