por Onofre Ribeiro
No período de 17 a 21 de julho, uma comitiva de Mato Grosso visitou os Estados Unidos para um tema: “Meio Ambiente – uma oportunidade de negócios”, promovido pela organização não-governamental The Nature Conservancy.
Foi uma agenda cheia, forte e objetiva. Conversei com o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Nereu Pasini, que fez parte da comitiva, junto com os secretários Cloves Vettorato, de Desenvolvimento Rural e Luis Henrique Daldegan, do Meio Ambiente, entre outros três membros.
O nível de organização da ong, a sua estrutura, o tamanho do seu orçamento e a sua objetividade são alarmantes, para a nossa visão de que esse tipo de organização não-governamental é aventureira. O nível técnico dos seus representantes e dirigentes é muito elevado. Ganha-se salários de US$ 25 mil mensais e uma infraestrutura enorme para viajarem, contratar e produzir estudos e conhecimentos ambientais. A partir dessas informações, para nós mato-grossenses que estamos na mira mundial neste momento nesses aspectos ambientais, ficam algumas constatações. Quem nos monitora, fiscaliza e denuncia na imprensa mundial, é gente e organizações extremamente preparadas e articuladas.
Logo, é indispensável que o relacionamento com elas e a resposta às denúncias seja no mesmo nível. Com recursos imensos, essas ongs contratam estudos e pesquisas sobre as quais embasam suas denúncias. Quem as financia é outro ponto a discutir. São interesses muito difusos. Vai desde contribuições avulsas de grandes valores, a contribuintes permanentes e a interesses econômicos definidos, alguns até estratégicos.
Quero fazer um registro. Quando governava Mato Grosso, por volta de 1991 o governador Jaime Campos foi a Washington discutir com o Banco Mundial questões iniciais ligados ao programa BID-Pantanal. Ao sentar-se na mesa, com uma consultora do banco, ela cobrou dele, na lata, posições sobre os conflitos ambientais do garimpo da reserva indígena de Sararé, em Pontes e Lacerda. Ela conhecia muito mais detalhes a respeito do que o governador.
Por isso, quando se questiona a conduta ambiental de Mato Grosso na imprensa mundial e nacional, estamos diante de um sistema fortíssimo e poderoso. O secretário Cloves Vettorato rebateu e apresentou dados consistentes. Mas a disposição externa de condenar e de fiscalizar é muito maior.
Está mais do que claro, que daqui para a frente a questão ambiental vai dominar a economia agrícola mato-grossense. O nosso drama é a proximidade com a Amazônia, que está na mira de todas as ongs ambientalistas do mundo e de todos os satélites que fiscalizam desmatamentos, queimadas e erosões.
Não chega a ser um freada, mas não deixa de ser um freio. Lidar com esse assunto agora e no futuro próximo é e será complciado. O mundo lá fora, é paranóico com o meio ambiente que eles mesmos destruíram. Hoje, fiscalizam o que existe fora de lá.
Editado por Cassio às 7/29/2006 08:51:00 PM |
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