por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Mantidas em segredo, e até ainda em andamento ontem, as novas pesquisas sobre a sucessão presidencial deverão manter a tendência das anteriores. Geraldo Alckmin sobe um pouquinho, Luiz Inácio Lula da Silva fica onde está. Traduzindo: o presidente ainda se reelege no primeiro turno, mas, continuando as coisas como vão, pode ser que não.
É exagero afirmar travarem-se no segundo turno outras eleições, porque nele tudo é diferente. O presidente demonstrou o contrário. Derrotou José Serra na primeira e na segunda vez. É verdade que, como exceção, em alguns estados os segundos colocados no primeiro turno foram os vencedores, no segundo.
Nessa possibilidade, tucanos e liberais jogarão as suas fichas. Quem sabe Alckmin venha a dispor de condições para tornar-se um anti-Lula reforçado, detentor do voto de quantos terão rejeitado o presidente na primeira manifestação? Afinal, se ultrapassados os 50% contrários ao segundo mandato, tudo será possível. Menos pelo auxílio que o oposicionista poderá receber dos então derrotados Heloísa Helena, Cristóvam Buarque e outros, mais pelos indecisos e dos que terão votado em branco ou anulado o voto? Também é difícil. Pelas previsões de hoje e as projeções para amanhã, Lula será reeleito.
A menos que violento petardo venha a explodir na reta final da campanha, bem em cima do PT e do seu candidato, capaz de atingir o próprio presidente na moleira. Não o seu surpreendente aumento patrimonial, porque, afinal, vivemos num regime capitalista. Nem o descumprimento das promessas de 2002, porque ninguém duvida da melhoria do padrão de vida das massas menos favorecidas.
Não adianta especular que bomba poderá aparecer, se ligada ao mensalão ou à morte de prefeitos do PT, pois até agora acusações desse tipo não atingiram o presidente. De qualquer forma, importa aguardar as pesquisas.