por Antonio Avellar na Tribuna da Imprensa O que não fazem os marqueteiros para agradar aos seus patrões-candidatos a presidente da República, notadamente aqueles que têm rios de dinheiro para desaguar nas respectivas campenhas eleitorais. Para fazerem decolar os pretendentes ao ócio do Palácio do Planalto por quatro anos, eles fazem qualquer negócio: atropelam e desmoralizam as regras básicas da ética, que deveriam permear a conduta dos candidatos a presidente da República. Na visão deles, marqueteiros, o candidato ao mais alto posto do País tem que ser vendido nos moldes de uma peça publicitária, ao anunciar um produto qualquer na TV, onde o impacto da mensagem é o que fica, o que interessa, e o que mais importa. Aí também já é demais, e ultrapassa todas as fronteiras da tolerância e da liberdade de expressão. Foi com esta embalagem estúpida, absurda e apelativa que eles inventaram a marca Collor, "caçador de marajás". O País desandou. Tenho lembrado com certa insistência que depois que os marqueteiros descobriram na política um mercado altamente lucrativo, que lhes dá oportunidade de arrecadarem grandes fortunas, que ela epobreceu, e o que já era ruim ficou ainda pior. Por sua vez, o candidato a presidente da República, que os contrata a peso de ouro, ou está mal intencionado, ou no mínimo, não tem personalidade própria. Porque aceitar ser exposto e vendido como mercadoria barata em supermercado não é um papel edificante, e muito menos o que se espera de quem quer dirigir e servir com seriedade à Nação. Aliás, a influência deles na política tomou pé com Fernando Collor de Melo, cresceu mais ainda com Fernando Henrique Cardoso, e atingiu o ápice com Luís Inácio Lula da Silva. É possível que na história do Brasil nunca um governo se utilizou e se acumpliciou tanto com marqueteiros quanto o de Lula. Taí Duda Mendonça que não deixa ninguém mentir. Sua influência no governo foi tamanha, que provocou escândalos jamais vistos que, por muito pouco não tem um final igual ao do Collor de Melo. Na atual corrida presidencial, um candidato, puxado pelos seus marqueteiros, busca sua verdadeira identidade. Já foi "picolé de chuchu", e não decolou. Também pudera, uma coisa tão aguada e tão desvalorizada nas feiras-livres, é difícil de decolar mesmo. Mas insistiram com o sobrenome Alckmin, e também não empolgou. Agora, em uma última e desesperada tentativa, os marqueteiros de sua campanha parecem que colocaram o ovo em pé, e acham que ele vai decolar como Geraldo. Realmente, os políticos andam tão mal vistos aos olhos da população, que não é sem razão. Ainda bem que no meio deles existem uns poucos em que se pode confiar, e que esses serão capazes de conduzir este País a um bom lugar.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/12/2006 01:07:00 AM |
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