na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - O PT está preocupado com a possibilidade de perda de votos na classe média e entre os produtores rurais. No primeiro caso, por causa dos escândalos em que o partido se envolveu, como o mensalão, conforme admitiu o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro; no segundo, por causa da crise no campo. "Nós vamos lutar para que o presidente Lula tenha um diálogo cada vez maior tanto com a classe média quanto com os produtores rurais", disse o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS). Para ele, hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mais forte do que quando iniciou a campanha em 2002. "Todos os indicadores são de que o presidente vai ser eleito no primeiro turno. Mas não podemos nos descuidar de nenhum dos setores da sociedade que vão decidir a eleição", disse Fontana. "Para isso, vamos ter diálogo sobre o momento que o País está vivendo. Isso pode nos trazer os apoios nos mais variados setores." Fontana disse que nas eleições anteriores, o PT e o presidente Lula ficavam inconformados pelo fato de as classes mais populares e com salários menores sempre se identificarem com outras candidaturas. "Hoje isso mudou. Entre os que ganham um salário mínimo o presidente Lula bate o candidato tucano (Geraldo Alckmin) por cinco por um". Um dos exemplos do diálogo com a classe média, de acordo com o líder do PT, é reconhecer os limites do governo e contextualizar a leitura real da crise. "Temos de pedir desculpas por nossos erros, como o caixa 2 e o repasse ilegal de dinheiro. Mas temos também de mostrar que houve exagero quando publicaram que o PT tinha recebido dinheiro das Farcs (grupo que mistura guerrilha e narcotráfico, na Colômbia) e transferência de dólares de Cuba para cá", afirmou Fontana. "Ao mesmo tempo, vamos mostrar para a classe média que nenhum governo ampliou o ensino universitário como o do presidente Lula". Em relação à agricultura, Fontana disse que apesar de o presidente Lula estar muito bem na agricultura familiar, que tem muito mais votos do que o agronegócio, a campanha não vai se esquecer deste setor. "Temos de mostrar aos grandes agricultores que o presidente Lula não pode mudar o preço da soja na Bolsa de Chicago, mas pode tomar atitudes que ajudam o setor a enfrentar a crise", disse o líder. "Reconheço que se for feita uma pesquisa na Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o presidente Lula pode perder. Em compensação, certamente ele vai ganhar entre os pequenos agricultores", disse o líder da bancada do PT.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/18/2006 11:26:00 AM |
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