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SOMBRA
por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
Imaginando que Geraldo Alckmin chegará ao segundo turno na disputa com o presidente Lula, tucanos e liberais já cuidam de alimentar a hipótese através de gestos de boa vontade para com os dois candidatos alternativos, Heloísa Helena e Cristóvam Buarque. Assim como quem não quer nada, PSDB e PFL começam a elogiar as qualidades de guerreira da candidata do Psol, sustentando que seria invulgar ministra da Ação Social em qualquer governo, assim como o candidato do PDT foi e poderá tornar-se outra vez o melhor ministro da Educação que o País já teve, desde Gustavo Capanema.
Nenhuma proposta concreta será feita, nem agora nem depois, mas os simples elogios dão o tom da orquestra. Alckmin, sempre disposto a descer tacape no lombo de Lula, em nenhum momento referiu-se de forma desairosa aos outros dois, mesmo recebendo de Heloísa e Cristóvam todo tipo de farpas.
Derrotados, ambos fluirão para uma frente anti-Lula. Não há hipótese de apoiarem a reeleição. Heloísa Helena foi expulsa do PT por crime de opinião, insurgindo-se no Senado contra reformas neoliberais. Jamais esquecerá a humilhação, ainda mais porque ficou com o programa e a pregação do PT, contra a metamorfose acontecida no Planalto. Quanto a Cristóvam, pior.
Desenvolvia administração revolucionária no Ministério da Educação, despertando ciúmes não só em José Dirceu, mas no próprio presidente. Foi demitido por telefone, quando estava em missão específica em Portugal. Se a opinião de ambos influenciar pessoas, depois da derrota, se não se posicionarem declaradamente em favor de Alckmin, estarão na primeira linha dos críticos de Lula. Bem feito para os outrora arrogantes membros da quadrilha denunciada pelo procurador geral da República.


Editado por Giulio Sanmartini   às   7/18/2006 07:05:00 AM      |