Por Giulio Sanmartini
Mesmo sem nunca ter votado no Brasil devido a minha condição de estrangeiro, sempre me interessei por política, tinha participação defendendo meus pontos de vista e tentando convencer os interlocutores a votarem no que pensava ser melhor para o país. Quando voltei para a Itália em 1996, tive a oportunidade de votar pela primeira vez em minha vida, nas eleições municipais de Belluno. O prefeito candidato a reeleição era de esquerda, mas tudo bem, estava fazendo uma excelente administração e portanto recebeu meu voto. Depois fui conhecê-lo pessoalmente e temos uma relação bastante cordial, ele agora é deputado e enquanto se comportar como vem fazendo terá meu voto. Mas quando parti para a política nacional me atrapalhei, é muito complicada, tem centro direita, centro esquerda e agora inventaram algo como uma direita esquerdista. Para mim centro, direita e esquerda são posições que não se misturam. Aconteceu que, por falta de orientação, na primeira eleição nacional escolhi a pessoa errada (por acaso de esquerda), pensava ser um bom político mas mostrou.-se um demagogo fraco e pusilânime. Mas aí me veio a solução: Fausto Bertinotti, presidente a Refundação Comunista, é um daqueles que não admitem o fracasso das teorias marxistas, que não admitem os crimes políticos de Stalin e seguem por aí. Ele é meu espelho, fico atento ao que ele prega e faço justamente ao contrário, assim passei a me dar bem na política nacional. Fausto Bertinotti está no Brasil e foi encontrar o “companheiro” Lula (foto), falaram um monte de abobrinhas (ambos) e Bertinotti, veio reforçar minha tese que tudo ficará bem se for feito ao contrário do que ele diz. Referindo-se a futuro da esquerda italiana teve o desplante de declarar para que todos pudessem ouvir, inclusive os milhares de brasileiros que emigraram para Itália em busca de uma vida digna: “Também para nós será bom ter um Lula”. Como diria a Adriana Vandoni: “Vá se ralar Bertinotti!”
Editado por Giulio Sanmartini às 2/09/2007 02:05:00 AM |
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