Tenho lido o termo “pé na jaca” escrito até por cronistas que dominam o idioma e o usam com estilo, elegância e correção. Parece que tem sido usado com freqüência em uma novela televisiva, daí certamente de advir o equívoco, pois o termo é inexistente e está sendo confundido com o “enfiar o pé no jacá”.
Pé no jacá, ao que tudo indica surgiu no final do século XVII, quando teve início no Brasil, o ciclo econômico do ouro.
As fontes de produção estavam localizadas em Minas Gerais, mas fazia-se necessário transportar o metal precioso até as casas fundição que estavam situadas em Salvador e Rio de Janeiro, também era preciso abastecer os garimpos de provisões de boca.
O ouro e depois os diamantes chegavam à costa transportados por tropas de burro. Os animais tinham de cada lado um cesto feito de taquara trançada, que tinham o nome de jacá. O tropeiro muitas vezes a montar ou apear do burro, por falta de jeito enfiava o pé no jacá, o que deu origem a expressão para definir os desajeitados e no lato sensu também passou a ter o significado de esbórnia, carraspana.
Portanto os novidadeiros que dizem ou escrevem “pé na jaca”, estão enfiando o “pé no jacá” do idioma. (G.S.)