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FAZER-SE DE BOBO
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O presidente da República, aparentemente é um perito em dizer besteiras nas horas mais inoportunas. Diante da recente onde de violência que atingiu o Rio de Janeiro, declarou que os fatos deveriam ser qualificados como atos terroristas, não poderiam ser considerados crimes comuns. Claro que não se trata de terrorismo, pois este pressupõe uma motivação política, que não existiu, tratou-se de uma demonstração de força para fazer ver ao novo governo com quem está lidando. Além do mais, o terrorismo exige um rito processual próprio, no qual se inclui, por exemplo, a prisão incomunicável. Adotar esse instrumento excepcional, cujo manejo pode facilmente escapar ao controle, representa um risco muito grande. Não se sabe também porque há poucos meses a violência que se abateu sobre São Paulo, por iniciativa do Primeiro Comando da Capital (PCC) e que deixou um número impressionante de mortos: 59 policiais, 119 suspeitos e 10 civis que nada tinham com o fato. Na fala presidencial há um detalhe além da demagogia que sempre o acompanha; quando diz um despautério ele tem um alvo certo e predeterminado e se faz de bobo ao dizê-lo parecendo ingênuo, mas de bobo e ingênuo não tem nada, ele, como se diz em alguns dialetos meridionais italianos “fá u fesso”, em tradução livre: “se finge de morto para poder sodomizar o coveiro”.
Leia a matéria no Jornal da Tarde
Editado por Giulio Sanmartini às 1/04/2007 10:05:00 AM |
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