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UMA BOA FOFOCA

Por Giulio Sanmartini

Subiaco è uma pequena cidade na província de Roma (9.250 habitantes), nela Nero o imperador romano no início da Era Cristã, teve uma casa de veraneio, cinco séculos mais tarde pousou ali Bento de Norcia (São Bento) e criou a ordem monástica dos beneditinos que dura até hoje. A cidade é famosa por seus mosteiros e o principal como não poderia deixar de ser é o de São Beto, chamado Sacro Speco Gruta Sagrada (a gruta onde o santo foi inicialmente viver), ao vê-lo, o humanista e poeta Francesco Petrarca (1303/74) o definiu como Limen Paradisi (Confins do Paraíso).
Todavia a pessoa mais famosa que lá nasceu não é um religioso, é atual e trata-se uma mulher que desde o início dos anos 1950 adquiriu fama mundial.
Nasceu a 4 de julho de 1927, seu pai era fabricante de móveis, mas ele resolveu em 1947 ser candidata ao título de miss Itália, não venceu, ficou em terceiro lugar mais o fato lhe abriu as portas da Cinecitta., seu nome é Gina (Lugina) Lollobrigida,
Começou sua carreira de artista fazendo pontas nos populares “film operetta”, que seria algo como as chanchadas brasileiras. Seu sucesso teve início com o filme de Luigi Zampa, Campane a Martelo (Sinos a martelo) 1949.
Em 1953 protagonizou um filme de Luigi Comencini, Pane amore a fantasia, (Pão amor e fantasia) que bateu o recorde de bilheteria (1953/54), foi premiado com o Leão de Prata do Festival de Berlin guindando Lollobrigida à posição de estrela número um do cinema italiano e mais que isso, mostrou ao mundo a farta e exuberante beleza da mulher peninsular. A trama se passa num período em que a Itália começava e se livrar dos males de uma guerra da qual saíra derrota e começava sua escalada para tornar-se uma das 8 nação mais ricas do planeta. O sucesso do trabalho levou Comencini a continuar no filão com Pane amore e gelosia (Pão, amor e ciúme – 1954) sempre com a Lolo (como ficou conhecida) contracenando com um esplêndido Vittorio de Sica.
O sucesso desses dois filmes a levaram aos Estados Unidos onde também fez alguns filmes, com destaque para Beat and Devil (O tesouro da África - 1954) de John Huston, diálogos de Trumam Capote, com Humphrey Bogart e Trapeze (Trapézio – 1956) de Carol Reed, com Burt Lancaster e Tony Curtis.
Lollobrigida até 1997 fez mais de 60 filmes até, os dois filmes de Comencini caíram no olvido dos cinéfilos atuais, mas por um acaso tive a recente oportunidade de revê-los na televisão, além do já dito sobre a protagonista surpreendi-me em constatar que nestes foi uma ótima atriz.
Finda sua carreira dedicou-se à fotografia e a cerâmica, a primeira atividade também a desenvolve muito bem.
Lollobrida casou-se em 1949 com o médico iugoslavo Milko Skofic com quem terá uma filho Milko Jr (1957), o marido passa ser também seu empresário e o casamento dura até 1971. Sua vida fora do cinema foi sempre marcado pela discrição, o marido pouco aparecia e quando o fazia era na condição de empresário, do filho pouco se sabe, até seu divórcio, que pelo tempo de casamento e a fama de Gina seria um prato cheio para os gossips da imprensa, foi feito de forma simples e silenciosa.
Por esses motivos, Lollobrgida, há algumas semanas deixou o mundo estupefato ao declarar que se casaria no próximo dia 28 de janeiro, até aí tudo bem, a perplexidade ficou por conta do noivo, é um empresário imobiliário espanhol chamado Javier Rigau Rafois, que tem 45 anos (ambos na foto), Isto é 34 anos menos que ela, 4 anos mais jovem que o filho da estrela.
Lollobrigida deixou a discrição para lá e convocou a imprensa para um coletiva. Os dois se conheceram em Montecarlo no ano de 1984 e desde essa época moram juntos, foi descrito pela noiva como uma pessoa “bonita, inteligente, divertida e sem complexos. Me faz sentir uma mulher e não uma estrela, uma pessoa normal... Gostei sempre de homens mais jovens e a diferença de idades nunca foi problema”.
Parecia tudo bem mas as coisas correram um pouco diferente, sem que ninguém saiba bem porque Javier, através do escritório do seu advogado anunciou o final do noivado, ressaltando que sempre a “amará e respeitará”, mas casamento, nada feito.
Gina Lolobrigida parece ter sido apanhada no contra pé e teve que culpar alguém:
“Infelizmente aconteceu o que devia acontecer, Javier está num estado de dar pena. As difamações feitas pela imprensa e pela televisão o destruíram. Chamei também Berlusconi (ex Primeiro Ministro e dono da Mediaset, a maior rede televisiva italiana). Também a Raiuno (televisão estatal) fez a sua parte. A imprensa não pode continuar caluniando e denegrindo as pessoas. Javier não agüenta mais. Por um momento cancelamos o matrimônio.” Esse “cancelamos” na primeira pessoa do plural, seria válido se o comunicado fosse feito em conjunto.
Leio jornais e vejo televisão e não me consta que depois do anunciado casamento algo tenha sido dito contra os dois. Na mídia não existem santos, mas nesse caso Lolo está no mínimo equivocada quando atribui a culpa de seus erros à imprensa.


Editado por Giulio Sanmartini   às   12/12/2006 09:33:00 AM      |