A mola-mestra que emperra a máquina estatal é a estrutura sindicalista. Fabio Grecchi discorre mais sobre sindicatos e sindicalistas. Os primeiros sempre foram depósitos de incompetentes e oportunistas. Daqueles que não tem o menor talento profissional mas tem o cinismo da politicagem e o dom do puxa-saquismo. Dos segundos explica que pelo fato de não existir a função de “sindicalista profissinal” estes antes de sê-lo, eram engenheiros sem talento, torneiro mecânicos rombudos. Mas para ascender e fazer do sindicalismo uma profissão tem de ter algumas características: enorme capacidade de fazer intrigas, vasto repertório de gestos subservientes, grande generosidade com o dinheiro alheio, devoção aos amigos e notável capacidade para cercar-se de incompetentes. O sindiclista profissional que hoje ocupa o governo do Brasil é a prova cabal disso tudo.
Fabio Grecchi Os sindicatos sempre foram depósitos de incompetentes e oportunistas. Quem não tem o menor talento na profissão, mas tem o cinismo da politicagem ou o dom do puxa-saquismo, se arranja logo numa entidade de classe. Por isso é que a disputa pela presidência de tais instituições é tão feroz, às vezes até com assassinatos. É a fartura de dinheiro somada ao tempo de sobra para não se fazer nada. Ou melhor: de vez em quando, para enganar os associados, cria-se um debatezinho, um ciclo de palestras ou algo do gênero. A função "sindicalista profissional" não existe. O sujeito antes é engenheiro (sem talento), torneiro-mecânico (rombudo), mas ascende ao "sindicalismo profissional" por algumas características. Tais como: inesgotável capacidade de fazer intriga; vasto repertório de gestos subservientes; profunda generosidade com o dinheiro alheio; devoção aos amigos; notável audácia para se cercar de incompetentes. São fatores importantes para se criar a corrente de confiança tão necessária à sobrevivência do gênero. Que não é pelego, diga-se. Trata-se de personagem legitimamente antipatronal, fortemente proletário. E acredita sinceramente que competência foi um conceito criado pelos capitalistas para dividir os trabalhadores em castas e, por vezes, colocá-los contra si mesmos. (Aliás, a filósofa Marilena Chauí reforçou tal classificação num de seus escritos.) Da mesma maneira como produtividade é uma forma de discriminação que os prepostos do patronato impõem para minar o assembleísmo que deve nortear as decisões dos assalariados. Se viu isso na Rússia, na Ucrânia, na Romênia, enfim, no Leste Europeu. Tinham ojeriza pela baixa tecnologia, mas competiam na alta com o Ocidente. Faziam bombas atômicas; liquidificadores, jamais. Caíram por terem notado tarde demais que foi importante mandar o homem à Lua, mas é importante também ter torradeiras e carros razóaveis para vender. O PT, tão logo chegou ao poder, viu que a equação tinha de ser invertida. Claro: é preciso dar baixa tecnologia e esquecer da alta. Permite-se ao trabalhador de pouca renda ter DVD em casa e, para tanto, contingencia-se recursos de pesquisas. Ou em setores fundamentais - como segurança aeronáutica. Agregue-se a isto a potencialização da estrutura sindical, agora elevada à condição de mola-mestra da máquina do Estado. E assim se sabe por que as coisas deixaram de funcionar.
Editado por Giulio Sanmartini às 12/14/2006 12:53:00 PM |
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