Por Giulio Sanmartini Para descontrair via uma crônica que nada tem a ver com política
Temos que entender como erotismo a presença ou a preponderância de caráteres ou aspectos que tem como objetivo o amor entendido físico, desejo, impulso sexual, em fim algo que estimula os impulsos sexuais. O nome deriva do deus grego do amor Eros, que teria sido gerado de um ovo posto pela noite e fecundado pelo vento, opunha-se a ele Tanatos o demônio da morte. Mídia, que resulta do latim medium (meio), que foi absorvido pelo idoma inglês e acrescentado de mass: mass midia ou seja meio (de comunicação de massas). Deveríamos como neolatinos de idioma, abreviá-la para média, mas adotamos o sistema inglês: Mídia, o conjunto de comunicação e divulgação cultural, como imprensa, cinema, rádio, televisão, etc… Donde o Erotismo na Mídia seria o uso de estímulos ao impulso sexual para a comunicação ou divulgação.
Esse fato não é prerrogativa do homo sapiens, nem dos seres animados. O estímulo aos impulsos sexuais é a base da reprodução ou seja da perpetuação da espécie. Nas plantas as flores tem cores e perfume para atrair o inseto responsável por sua polinização. Nos animais o fato tem variações imensas, um exemplo é a beleza deslumbrante do rabo do pavão que serve simplesmente como atração sexual. A mídia erótica pode ser direta, ou seja, uma chamada para desfrutar de prazeres sexuais, tal como fazem as agências divulgando o turismo sexual em alguns países (Brasil, Cuba, Thainlândia, etc…). Um conhecido meu aqui de Belluno, que esteve no Rio de Janeiro uma dezena de vezes admirou-se da beleza que mostrei em fotografia do Mosteiro de São Bento que desconhecia, mas ia até Nova Iguaçu para encontrar-se com uma puta. Dentro desse gênero de divulgação podemos até citar Toulouse Lautrec, que tornou-se famoso, em princípio por seu cartazes litografados divulgando casas noturnas onde se poderia encontrar o prazer do sexo. Por esse motivo ao morrer tinha também fama como pintor, aliás o único de seus contemporâneos (Van Gogh, Cezane, Guagin, etc), que a teve em vida. A forma mais usual de usar o erotismo na mídia é para fazer-se sexualmente desejado. Não é coisa atual, se andarmos 50 anos para trás vamos ver, alguém usando Brylcreem para mil pequenas conquistar, creme dental Colgate, pois com mau hálito não consegui namorar uma garota de calças Far-West e camisa quadriculada. O creme Pond’s na rádio tinha algo asssim: - Ela è linda! – afrimava alguém - Oh! – fazia o interlocutor em sinal de surpresa. - Está noiva! – continuava o primeiro - Oh! – continuava o supreso - Usa Pond’s! - Ah! – finalizava o segundo como que dizendo, agora entedí A chamada erótica hoje è muito mais livre. Vejo numa propaganda, uma belíssima mulher, com boca sensualissima, olhos fechados muito bem maquiados e escrtios na palpebra direita – I hate – e na esquerda – you. Não existe nada mais estimulante que u’a mulher ao abandonar-se por esse motivo, diz odiar-te com voz de prazer. Ela tem preso aos lábios uma corrente de platina com uma cruz de brilhantes e rubis. O anúncio não é dos cosméticos que a fazem mais sensual, mas da cruz de platina. Otra propaganda e do creme RoC, “ a eficácia contra o inesteticismo da celulite”, apresentam no fundo o quadro The Bathers (Gustave Coubert, 1853), onde se pode ver, de costas, meio coberta por uma pequena toalha uma gorda sexi (para a época) e em primeiro plano na mesma posição, uma jovem de corpo escultural dentro dos padrões de agora. A coisa segue, anunciam bolsas com pernas desnudas, fogões com seios fartos, tenis usados por um homem em nu lateral apresentando um dos corpos mais bonitos que já tenha visto. Nessa viagem “encontro” um simples prato de macarrão anunciando o próprio. Penso logo em Sofia Loren, quando afirmou que devia tudo aos espaguetis; haja erotismo. Em fim, o erotismo é usado instigando a consumidora (muito mais que o consumidor) a comprar pois serão desejadas pelo do sexo-oposto. Dentro do campo pode-se ainda inventar. Chamou-me a atenção que nos anúncios de relógios na maioria das vezes eles estão marcando 10:10, ou seja o ponteiro pequeno esta no 10 e o grande no 2. Não entendia bem porque e caí na besteira de perguntar a uma amiga esquecendo que ela era recém formada em psicologia na PUC, a explicação foi meia delirante: - É um estímulo sexual – começou a explicar academicamente – o ponteiro pequeno representa o clitóris e o grande o pênis, ambos eretos. Tempos depois descobri que a posição dos ponteiros prendia-se tão somente a dar destaque à marca do relógio Todavia a melhor aplicação da mídia erótica que testemunhei e de carater particular, ou seja o criador vendia a si próprio. Ele chamava-se Fausto, ambos estavamos solteiros e eram companheiros de noitadas num single bar da alameda Santos em São Paulo. Ele era baixinho, não feio mas esmirrado e de bolso pobre, mas notava uma alternância entre estar só ou com uma variação incrível de mulheres. - Qual é teu segredo Fausto? – perguntei-lhe de uma feita - È e propaganda! Vou te explicar: as mulheres aqui sempre estão em grupo, escalo sempre a mais feia do bando, que normalmente é a mais faladora. Começo fazendo propaganda da minha “ferramenta de trabalho” a quem chamo de Ben-Hur (ainda não existia o Bráulio), dou-lhe uma “chamuscada” prêmio Nobel, aí ela faz a propaganda e eu chamusco todas as outras. - Mas, Fausto Ben-Hur não é um nome meio estranho. - È, mas elas gostam. – finalizou.
Editado por Giulio Sanmartini às 12/01/2006 09:07:00 AM |
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