Por Plínio ZabeuSempre que um microfone é colocado à frente do presidente, ele inicia seus pronunciamentos com as palavras acima e vai então enumerando suas realizações espetaculares. Por vezes se esquece da roda, do papel e outras, mas isso não é nada uma vez que ninguém é perfeito. E tudo vai muito bem. Afinal 71% dos brasileiros o consideram ótimo. Que assim continue. Quanto a nós, míseros e escorchados contribuintes, resta aproveitarmos as palavras dele para a frase: “Nunca antes neste país houve uma legislatura tão rica em corrupção, rapinagem, descaramento, desmoralização e tudo mais o que possa ser dito a um grupo que se apossou do legislativo apenas e tão somente em proveito próprio”. Pronto. Quem achar que esta conclusão possui falhas, é porque simplesmente não sabe o que acontece nos meandros brasilienses. Terminada a eleição o presidente, em agradecimento pela orientação no segundo turno, declarou que gostaria de Jader Barbalho na presidência da Câmara. O próprio convidado disse: “Pô Lula! Pô!...” Achando que era demais. Então que fique a “estatua falante” (Aldo). “Mas ele não pode porque seu partido acabou”. “Acabou? Dá-se um jeito”. E deram. Imaginem uma lei que foi elaborada durante 11 anos (ninguém percebeu que era inconstitucional, será?) e, quando promulgada, disse o Ministro do TSE: “Vamos deixar de ser o pais do faz de conta...” Mais ainda: as contas de campanhas serão rigorosamente controladas. E foram? Claro que não. Continuamos no Brasil do faz de conta. O próprio ministro, além de cancelar – por votação total do Supremo – a clausula de barreira, também orientou que fossem aceitas as contas do presidente “com ressalvas”. E tudo foi aprovado. Como também foram as diplomações do Juvenil ( só um bilhão) e a do participante dos caça níqueis do Rio, e do Maluf, do Palocci (mandato de prisão expedido), Genoino e tantos outros. A imunda legislatura coroaria seu período com o absurdo, vergonhoso, nojento aumento de seus 15 salários anuais. Quase 100%. Foi necessária grita geral da imprensa e daqueles que ainda se sentem ofendidos com tanta desfaçatez, para que a Justiça anulasse o ato realizado às escondidas entre os dois presidentes do Congresso, cuja maior qualidade é o apoio incondicional – não sem retorno, é claro – ao presidente que precisa deles para mais assistencialismo e permanência no poder. Esperemos que tal podridão, que não houve nunca antes, não ocorra novamente no futuro. pz@vivax.com.br
Editado por Giulio Sanmartini às 12/21/2006 01:23:00 AM |
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