Por Ralph J. Hofmann
Ao fazer sua diatribe conta Milton Friedman, Luiz Fernando Veríssimo aplicou uma filosofia de halterocopista. Não que eu chame o nosso contista de ébrio, mas é certamente do tipo que gosta de ficar numa mesa botando conversa fora. Aliás, como eu também. O problema é que se entusiasma por bordões de sua tchurna que na realidade receberam suas informações ou noutra mesa de bar ou restaurante, ou de pessoas francamente engajadas em seguir batalhando por políticas sociais que já tiveram sua chance e fracassaram. Quem é LFV para falar de economia? No tempo em que eu lia suas crônicas uma em particular me agradou muito. Foi “O Popular” que deu nome a um de seus livros. Mas poucos anos atrás, relendo o conjunto de contos de O’Henry redescobri o conto “Man About Town”. Não é idêntico, mas todo o raciocínio da crônica de LFV está no conto do O’Henry. Mais ou menos com a mesma progressão de fatos. E tudo indica que LFV conhece esse conto, pois é um dos textos escolares de leitura em muitas escolas dos Estados Unidos, onde o LFV estudou. Não que tivesse plagiado. As mentes assumem idéias boas e bloqueiam suas origens. O tratamento dado por LFV foi muito simpático. Mas digamos que foi influenciado. É influenciável. Mas economia é algo diferente. Não é bem uma ciência pois os economistas erram muito, mas precisa haver uma certa afinidade e perspicácia educada por muita leitura e estudo. Material árido em grande parte. E, sinceramente, neste campo acho que o LFV pende para o diletantismo. Para o que lhe vem fácil. Senão com o talento que tem teria produzido obras de mais peso. Não o vejo entrando noites a dentro digerindo periódicos, livros de história econômica, acompanhando tendências de mercado ou marketing. Entre outras coisas que o Friedman defendia dentro de sua bandeira de “Liberdade de Escolha”, está a diminuição do tamanho da fatia do estado no PIB, alegando que o estado sempre acaba fazendo aplicações que beneficiem seus amigos e chegados, o fim do serviço militar obrigatório em tempo de paz, o Imposto de Renda negativo, e os créditos escolares em substituição ao ensino púbico, fazendo com que os pais possam escolher as escolas de seus filhos recebendo bônus do governo para pagar. Assim as escolas públicas batalhariam por receber esses bônus e dariam um ensino melhor, fiscalizando melhor o rendimento de alunos e professores. Mas as idéias de Milton Friedman se tornam mais simpáticas ainda a brasileiros se considerarmos que era inimigo jurado dos subsídios agrícolas que o primeiro mundo insiste em dar aos seus produtores rurais ineptos. As idéias de Friedman devem ser discutidas em bar. As idéias. Não as impressões de um cronista indolente trazidas por seus amigos diletantes, que na realidade não reconhecem os imensos resultados atingidos pelos que adotaram suas idéias contra os míseros e instáveis resultados obtidos por quem nunca as aceitou. Quem nasce para Delfim não vira Friedman.
Mas economia é algo diferente. Não é bem uma ciência pois os economistas erram muito, mas precisa haver uma certa afinidade e perspicácia educada por muita leitura e estudo. Material árido em grande parte. E, sinceramente, neste campo acho que o LFV pende para o diletantismo. Para o que lhe vem fácil. Senão com o talento que tem teria produzido obras de mais peso. Não o vejo entrando noites a dentro digerindo periódicos, livros de história econômica, acompanhando tendências de mercado ou marketing. Entre outras coisas que o Friedman defendia dentro de sua bandeira de “Liberdade de Escolha”, está a diminuição do tamanho da fatia do estado no PIB, alegando que o estado sempre acaba fazendo aplicações que beneficiem seus amigos e chegados, o fim do serviço militar obrigatório em tempo de paz, o Imposto de Renda negativo, e os créditos escolares em substituição ao ensino púbico, fazendo com que os pais possam escolher as escolas de seus filhos recebendo bônus do governo para pagar. Assim as escolas públicas batalhariam por receber esses bônus e dariam um ensino melhor, fiscalizando melhor o rendimento de alunos e professores. Mas as idéias de Milton Friedman se tornam mais simpáticas ainda a brasileiros se considerarmos que era inimigo jurado dos subsídios agrícolas que o primeiro mundo insiste em dar aos seus produtores rurais ineptos. As idéias de Friedman devem ser discutidas em bar. As idéias. Não as impressões de um cronista indolente trazidas por seus amigos diletantes, que na realidade não reconhecem os imensos resultados atingidos pelos que adotaram suas idéias contra os míseros e instáveis resultados obtidos por quem nunca as aceitou. Quem nasce para Delfim não vira Friedman.
Editado por Ralph J. Hofmann às 12/04/2006 04:40:00 PM |
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