Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Em menos de uma semana, de segunda-feira até hoje, caíram as máscaras. O que os partidos querem para apoiar o segundo governo Lula são cargos. Ministérios, de preferência aqueles com dotações mais polpudas, diretorias de estatais e participação na máquina oficial. Para quê? Claro que para demonstrar prestígio e crescer de influência junto ao eleitorado. Mas ficará sempre a dúvida: não será, também, como aconteceu no primeiro governo, para fazer caixa?
Agora que saiu pelo ralo a quadrilha de Dirceus, Delúbios, Valérios, Silvinhos e outros, a palavra de ordem parece ser "cada um por si". Não haverá mais centralização ou caixa único comandado pelo PT. Sendo assim, lançam-se dirigentes e líderes partidários, sem esquecer governadores, na operação de atazanar o presidente Lula, menos nas eventuais conversas diretas, muito mais nos sinais e recados passados por via transversa, muitos até pela imprensa. Está o presidente Lula diante de uma encruzilhada. Ou aceita esse tipo de negociação com PMDB, PTB, PR, PP e até o PT, entre outros, ou dá um murro na mesa, fecha-se e manda dizer que ministério é praia sua, que escolherá os melhores para o segundo governo. Claro que sem discriminar gente boa nos diversos partidos, que sempre encontrará, mas jamais através de compromissos cujo resultado, sem a menor dúvida, redundarão em novos escândalos.
Editado por Giulio Sanmartini às 11/11/2006 07:38:00 AM |
|