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PROPOSTAS, ALÉM DE ABRAÇOS
Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Depois do descanso, o trabalho. Isso, é claro, para quem pode descansar e para quem tem emprego. Cabe ao presidente Lula, desde segunda-feira em Brasília, passar da teoria à prática e demonstrar, antes mesmo do término do primeiro, como será diferente o segundo mandato.
Não está fácil reunir esta semana os 27 governadores eleitos ou reeleitos em outubro. Muitos encontram-se no exterior. Reunião conjunta, mesmo, só no fim do mês. Mesmo assim, poderia o presidente dar uma demonstração de que as coisas vão mesmo mudar. Bastaria mobilizar os líderes dos partidos que o apóiam, mais os seus principais auxiliares políticos, para elaborar um rascunho com as propostas de reformas por ele anunciadas logo depois da vitória.
Chega de enunciados genéricos como "vamos realizar a reforma política" ou "desta vez sairá a reforma tributária". O País precisa é de iniciativas concretas do governo, mesmo que o Congresso, depois, venha a modificá-las ou rejeitá-las. Não adianta ficar afirmando que a reforma política acabará com a corrupção, ou que a reforma tributária aliviará a carga fiscal das empresas.
Torna-se necessário revelar o que o Planalto pensa sobre elas. Só a partir daí começará, para valer, o novo período de entendimento e união das forças dispostas a levar o Brasil adiante. Receber parlamentares e governadores, separadamente, serve para cumprimentos, rapapés e cafezinhos. Projetos concretos começam com papéis.


Editado por Giulio Sanmartini   às   11/08/2006 12:37:00 AM      |