Do G1
Sob pressão de setores do PT que querem aproveitar a reforma ministerial para mexer na direção da Radiobrás, a fim de torná-la um instrumento mais dócil aos interesses do governo, o presidente da estatal, Eugênio Bucci, encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva carta em que põe o cargo à disposição. Cópia foi enviada também para o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, ao qual todo o sistema de comunicação do governo está subordinado.
"Encaminhei a carta para deixar o presidente e o ministro Dulci livres para tomarem a atitude que acharem melhor. Mas isso não significa que estou pedindo demissão", disse Bucci, que nega estar sendo pressionado. "Essa decisão fica por conta do presidente e do ministro."
Ao anunciar sua decisão, Bucci fez considerações teóricas sobre o exercício de cargos públicos: "A gente vem para um cargo público para ficar quatro anos, na melhor das hipóteses. Por isso, não sou candidato à minha permanência. Acho saudável a renovação dos cargos."
Em seguida, ele reafirmou que não pediu demissão porque uma decisão nesse sentido tem de ser do presidente e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
No PT há setores que reclamam que a Radiobrás não foi suficientemente aparelhada. Defendem a idéia de que a empresa, por ser uma gigantesca estatal da comunicação do governo, deveria fazer publicidade dos atos oficiais.
Mas o que ocorreu, de acordo com esse grupo, é que na campanha presidencial até reportagens desfavoráveis ao presidente Lula foram veiculadas pelo complexo de comunicação. Além do mais, a estatal teria divulgado críticas de oposicionistas feitas em discursos no Congresso.
Editado por Anônimo às 11/14/2006 06:38:00 PM |
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