Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - Para o presidente Lula e para Geraldo Alckmin, começou a temporada de caça, sem discriminações. Caça aos derrotados, aos vencedores e aos que ficaram para segundo turno. Nas últimas horas, os dois telefonaram para meio mundo. Estão reunindo capital para o último investimento. Em conseqüência, empenham o que têm e o que não têm: vagas no ministério, abrigo em legendas sob suas lideranças, apoio em eleições, influência nos respectivos governos, amizade perpétua e até entrada franca nos palácios presidenciais.
Sob o aspecto da obsessão da vitória, a política não mudou. Por exemplo, no caso de Lula: de Patinho Feio, abandonado à própria sorte na Bahia, Jacques Wagner virou exuberante cisne, encarregado de contagiar os estados do Sul e Sudeste com os votos conquistados no Norte e no Nordeste. Candidato derrotado pelos institutos de pesquisa, Wagner virou o governador sem o qual o PT não dará mais um passo, na hora de reciclar-se e escolher novo presidente. Quanto a Geraldo Alckmin, também citando uma só de suas caçadas: prometeu a Michel Temer a presidência da Câmara, na hipótese de o PMDB pender, em maioria, para sua candidatura. Em especial se for no Nordeste. Não mudou nada, desde que Pero Vaz de Caminha, em carta a D. Manoel, pediu emprego para o genro, após ter anunciado o descobrimento do Brasil.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/05/2006 01:46:00 AM |
|