Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - Na campanha de 1989, Lula e o PT sofreram o diabo, em matéria de baixarias e mentiras. Contratados pelo comitê eleitoral de Fernando Collor, grupos de mendigos e similares percorriam a Avenida Atlântica, no Rio, e os Jardins, em São Paulo, parando defronte a luxuosos prédios de apartamentos e de mansões. Abanando bandeiras do PT, chamavam a atenção de quem passava ameaçando estarem ali para escolher suas novas moradias, devendo mudar-se para lá logo após a vitória de Lula. Teve pior, como a apresentação de entrevista de uma filha do candidato, nascida fora de seu casamento com D. Marisa e supostamente ameaçada pelo pai. No último debate, Collor compareceu com uma pasta de papelão azul, tendo mandado avisar Lula de que ela continha fotos comprometedoras do adversário. Por diversas vezes levantou a pasta, mesmo sem revelar o conteúdo
Foi baixaria pura, mas, dezessete anos depois, quem se vale de expedientes de nível parecido são o PT e o próprio Lula, ainda que respeitando a vida privada de Geraldo Alckmin. Como aceitar a alegação de que o candidato tucano, uma vez eleito, irá privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobras? Ou de que, no poder, Alckmin promoverá demissões em massa no funcionalismo público, além de reduzir salários e vencimentos? Que acabará com o bolsa-família e venderá a Amazônia? Que extinguirá as férias remuneradas e o décimo terceiro salário? Aqui para nós, apelações desse teor só prejudicam o processo eleitoral, porque as oposições já preparam o troco, sabe-se lá acusando de quê o presidente Lula. Enquanto isso, o eleitorado fica sem saber como e quando, se eleitos, os candidatos promoverão a reforma agrária, estimularão a política habitacional, irão recuperar e ampliar rodovias e ferrovias, implantarão novos portos e ocuparão a Amazônia.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/09/2006 01:02:00 AM |
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