Na Tribuna da Imprensa SÃO PAULO - Jorge Lorenzetti era chefe do núcleo de risco e mídia da campanha pela reeleição, mas seu envolvimento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a cúpula do PT transcende as relações político-partidárias. Ele é também o churrasqueiro preferencial do presidente nos principais encontros promovidos na Granja do Torto. Diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) desde março de 2005, Lorenzetti pediu licença do cargo em 1º de agosto para integrar a campanha pela reeleição do presidente, em Brasília. Coincidência ou não, o atual presidente do Besc, Eurides Luiz Mescolotto, é também um velho amigo de Lula e de Lorenzetti. Indicado pelo presidente para assumir o banco - que foi federalizado em 1999 -, Mescolotto é ex-marido da senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Na primeira quinzena de julho o próprio Lorenzetti e a senadora Ideli foram recebidos em Brasília. No encontro se discutiu, entre outras coisas, a criação de um comitê suprapartidário em Santa Catarina em apoio à reeleição
A confiança de Lula em Lorenzetti não se restringia aos horários de lazer. Em 21 agosto de 2003, durante discurso do presidente, no lançamento do Pólo de Fruticultura da Amazônia, no município de Benevides (PA), Lorenzetti foi nominalmente citado por Lula como alguém em quem os presentes deveriam "confiar", como um bom homem de relações internacionais. Lorenzetti é conhecido entre os petistas como um exímio arrecadador de fundos internacionais. Esse histórico começou em meados da década de 90, quando ele era uma das principais lideranças nacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), quando a entidade ainda não tinha relações profundas com o PT. Segundo petistas, em meados da década de 90 Lorenzetti formava, junto com Delúbio Soares (tesoureiro) e Gilmar Carneiro (secretário-geral), o tripé de comando da CUT. Foi também o primeiro candidato a prefeito de Florianópolis pelo PT, em 1985. Entre seus churrascos presidenciais famosos está um oferecido por Lula ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a transição de governo. Na ocasião, Lorenzetti viajou de Santa Catarina a Brasília para assar uma costela de boi.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/21/2006 04:31:00 AM |
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