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SOBRE COERÊNCIA E MENTIRAS
Por André Leite - Consultor Econômico e colunista do Jornal Circuito MT

Este jornal tem um grande colunista, trata-se do Ademar Adams. Eu não perco uma coluna dele. Ele escreveu recentemente um corajoso texto sobre as razões para não se votar em Jaime Campos. Sua linha de raciocínio é que não se pode votar em alguém que tendo passado toda uma vida em cargos públicos, tenha acumulado um patrimônio tão grande. Nem sendo econômico como o Tio Patinhas! Outro ponto de sustentação de sua coluna seria a pouca instrução do recém-eleito senador. Mesmo podendo, ele nunca desejou estudar. Seria, segundo o colunista, um semi-alfabetizado.
Assim como o Rubinho Barrichello, o colunista estava indo bem até derrapar na última volta. Ele declarou que na última hora não resistiu e votou no Luis Ignorácio. Assumindo que suas ilações sobre o senador estejam corretas, vamos analisar a falta de coerência do colunista. Ele recomendou o repúdio eleitoral ao senador, pois não se pode votar em alguém suspeito de enriquecimento ilícito. E depois vota no governo com mais casos de corrupção na história “destepaiz”? Vou pedir ajuda pros universitários. Corrupto de direita não pode, corrupto de esquerda pode? Isso porque ele classifica erradamente o neo-populismo do Lulla como esquerda. Como bem disse o grande Jabor, Lulla tenta implementar um “getulismo” tardio. Uma espécie de “chavinização” um pouco mais light.
Ele cita como argumento contra Jaime Campos sua suposta semi-alfabetização, mas vota em um candidato que também pôde estudar e optou pela ignorância. Lulla viveu como sindicalista profissional e depois como político profissional. Foi bancado pelo sindicato e pelo PT por muito tempo. E mesmo assim não quis estudar como o Vicentinho, que com as mesmas origens de Lulla hoje é um advogado. Ademar, meu querido, ser apedeuta de direita é feio, mas ser beócio de esquerda é bonito? Continuo sem entender sua lógica. Cadê os universitários!
Ademar, eu não tirei o dia nem para pegar no seu pé nem para fazer juízo de valor do senador. Somente lhe uso de exemplo para mostrar como é cabotina a nossa esquerda. Votamos segundo nossos valores morais e também segundo nossas ideologias. As contradições do Ademar apenas mostram que a esquerda brasileira, na hora de votar, coloca sua ideologia acima (aliás, bem acima) dos seus valores éticos e morais. Parecem aqueles idosos teimosos e turrões que não dão nunca o braço a torcer. Não tem humildade para admitir que Luis Cachácio foi um erro e se apegam a qualquer sopro de ideologia velha e bolorenta para justificar sua teimosia. Assim são os petralhas, ética e coerência são palavras usadas somente para a sua conveniência. Cuidado com essa esquerda, ela mente que nem sente.....
Mudando de assunto. Nunca antes na história “destepaiz” um presidente foi chamado de mentiroso ao vivo em rede nacional. Pior. Teve de engolir. Geraldo no último debate, fez Lulla gaguejar e retirar que o PSDB vai privatizar estatais caso vença o segundo turno. Curioso é que deveríamos estar tratando é da re-estatização destas empresas. Na prática elas foram privatizadas pelo PT para o próprio PT.
Acompanhem comigo. Correios e Banco do Brasil (Visanet) foram usados em superfaturamento de contratos (boa parte com o China) para financiamento do mensalão. Caixa Econômica foi usada para quebrar o sigilo bancário de um caseiro. Banco do Brasil, de novo, foi usado para quebrar sigilo bancário dos Vedoins. Petrobrás foi usada para fazer um bonito com o pobre Evo na questão do roubo dos ativos da empresa. A própria Secretária de Comunicação do China deu sumiço em R$ 11 milhões no escândalo das cartilhas desaparecidas.
Continuando. A ONG do Bruno Maranhão (aquele que destruiu o Congresso) recebeu alguns milhões do governo. O MST também nunca viu tanta dotação federal. Toda companheirada se arrumou. O enfermeiro que também é churrasqueiro do Lulla, virou diretor financeiro do BESC. O segurança Freud virou assessor especial. A mulher do Freud montou uma empresa de segurança e tem contratos milionários com o governo. E por aí vai, tem caso que não acaba mais. Ahhh! Já ia me esquecendo, um passarinho me contou que tem a ONG da filha do Lulla, aguardem.
O caso, em um eventual governo Geraldo, é fazer com que essas empresas (e a máquina pública) sejam tomadas do PT e da “companheirada” e devolvidas de fato para a população. O caso é de re-estatização e não de privatização. Simples como isso.


Editado por Adriana   às   10/20/2006 08:50:00 PM      |