Por Luiz Augusto Victorino Alves Corrêa - Administrador de Empresas
Findo o processo eleitoral, cheio das tradicionais acusações, promessas e populismos tão comuns aos candidatos, é hora de a sociedade começar a discutir sobre um projeto para alavancar o desenvolvimento do país. Nas campanhas muito foi dito sobre redução da taxa de desemprego, baixa da taxa de juros, crescimento econômico e outras tantas promessas feitas pelos candidatos. Uma coisa é ser favorável aos bons índices, outra coisa é mostrar os meios possíveis de alcançá-los. É claro que nenhum candidato promete desemprego, recessão, violência etc, mas se não apresenta propostas claras de como combatê-los, suas palavras ficam no plano da fantasia. É tempo de mobilização para analisar os meios de colocar o país nos trilhos do desenvolvimento.
A esquerda sempre primou por defender a idéia de repartir o “bolo”, dar igualdade aos cidadãos. Já a direita, prima pelo crescimento e pela igualdade de oportunidades (leia ensino gratuito de qualidade para todos). Dos discursos dos finalistas à presidência, não se pode dizer que um pregava um discurso 100% de direita e nem que o outro era totalmente de esquerda. Mas é inegável que Lula estava mais próximo dos ideais esquerdistas e Alkmin, dos da direita. No Brasil e na América do Sul, a esquerda mais radical disseminou um discurso contra o capitalismo. Falar em privatização, capital externo e lucro é algo próximo a coisa do capeta. Essa idéia está infiltrada na sociedade, tendo inclusive personalidades importantes que defendem e apóiam ao extremo o socialismo. Recordo de Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo e do baixinho Maradona que apóiam e divulgam esse modelo econômico. Gostaria de saber se um desses gênios de suas artes estaria disposto a dividir seus bons ganhos com profissionais não muito talentosos. É o que o socialismo prega, distribuição e igualdade a todos. Uma coisa é igualdade de oportunidades, outra totalmente diferente é querer igualar todos os cidadãos num mesmo nível. Onde fica a diversidade dos seres humanos? Igualdade de oportunidades se traduz, principalmente, em ensino gratuito de qualidade e oportunidade de empregos. Nesse ponto o Brasil caminha na contramão da lógica. Além de a verba para a educação ser pouca e mal aplicada, do total investido em educação apenas 11% vão para o ensino elementar, 11% para o ensino médio e 50% destinam-se ao ensino superior. O resumo disso é que o ensino básico não tem qualidade e dificilmente alguém com ensino público consegue uma qualificação descente ou mesmo acesso ao ensino superior. É hora de a sociedade discutir privatizações, PPPs, tamanho do Estado, investimentos em infra-estrutura, reforma política, do judiciário e previdenciária. Esses debates devem ocorrer sem ideologismos. Sempre costumo dizer que em economia não há mágicas. Por vezes é até possível realizar alguns truques, mas economia é soma, subtração, multiplicação e divisão. Falar que as privatizações foram ruins para o país, é negar números e a história de sucesso de vários paises (veja-se o exemplo da telefonia brasileira). Se estatização fosse bom, Cuba e Venezuela seriam ótimos paises para se viver. Nosso país merece e precisa de projetos modernos, que privilegiem crescimento econômico e propiciem mais igualdade de oportunidades, mas isso sem recorrer a manuais mágicos ou ideologismos populistas.
Editado por Adriana às 10/31/2006 07:49:00 AM |
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