Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa Campanha política pressupõe respeito a alguns princípios. Religião, por exemplo: trata-se de um assunto tão explosivo que se puder ser evitado é uma vitória para todos. Cada um tem sua fé e o Brasil é um País extremamente tolerante com todos os tipos de cultos. Ainda que sejam vários os políticos que se aproveitem da fé das pessoas. Então, errou o ministro Tarso Genro (Coordenação Política) em tentar depreciar Geraldo Alckmin dizendo que ele é ligado à Opus Dei - congregação da Igreja Católica subordinada diretamente ao papa. Ainda que seja, não há mal algum nisto, apesar de ser considerada uma ordem extremamente conservadora.
Imaginando que Alckmin tenha alguma conexão com a Opus Dei (na verdade, um tio dele pertencia à irmandade), seria um erro crasso pensar que a partir daí viria uma teocracia à iraniana, como insinuam as palavras de Genro. A liberdade e o respeito ao culto está previsto na Constituição. Mais: a própria sociedade brasileira rejeita qualquer espécie de perseguição ou discriminação por conta da religião. Este ponto se confunde com a formação do País. Genro, inclusive, faz como o macaco que não olha o próprio rabo. Lula tem um vice do PRB, partido que nada mais é do que o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. Em momento algum quem quer que fosse da campanha de Alckmin procurou qualificar a conexão da Iurd com o presidente como a possibilidade de se impor um conservadorismo protestante ao País. Então, trazer um assunto como este ao cenário eleitoral não é apenas desespero, mas despreparo e preconceito. Mesmo sendo um gramsciano, Genro sabe que no universo político há coisas com as quais não se deve mexer porque fogem do controle com muita rapidez. Tal como a religião.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/12/2006 01:05:00 AM |
|