Por Ubiratan Iorio, em Professore Iorio “Três coisas um homem de bem não deve fazer: comprar mula desdentada, casar com mulher mal falada e votar no PT”... A sábia frase no pára-choque daquele caminhão, em uma esburacada estrada mineira – com a ressalva de que há pessoas desinformadas, mas de bem, que ainda crêem no presidente – cabe para encabeçar este artigo, de um brasileiro que, se não se sente enganado, porque jamais votou na estrela vermelha, vem sendo sucessivamente ultrajado por tantas agressões à ética, à moral e aos bons costumes cometidas por um governo, que, no dizer do então ministro José Dirceu, “não roubava e nem deixava roubar”...
São de impressionar as contorções verbais que o referido ex-ministro e outros acólitos petistas, como Tarso Genro e Marco Aurélio Garcia, vêm espasmodicamente desenvolvendo, como se fôssemos um bando de parvos. O amigo de Waldomiro, tentando desviar a atenção dos leitores do escândalo do dossiê que estourou pouco antes do primeiro turno, vem tentando atribuir à oposição e à “mídia conservadora” (sic), aqui no JB – sempre revelando total ignorância em Economia -, um pretenso “moralismo farisaico” (sic), um “falso moralismo” (sic) que estaria tornando “opaca” (sic) a questão central a ser debatida na eleição. Tentativas de desqualificar os adversários com base em mentiras sempre fizeram parte dos manuais gramscianos, mas precisam ser repudiadas e desmascaradas com veemência. Ora, quem é o grande fariseu? Quem consumiu décadas em denúncias raivosas? Quem sempre se julgou monopolista da moral? Quem, no final de 1989, derrotado por Collor, mostrou seu caráter despido de ética, montando um antipatriótico “governo paralelo”? E quem se revelou, ao assomar ao poder, absolutamente alheio a qualquer princípio moral? Não foram alguns dos principais nomes do PT, estes, sim, fariseus ideológicos, falsos moralistas, verdadeiros sepulcros caiados? E aquela montanha de dinheiro sujo para pagar o dossiê, é opaca? A política econômica do PSDB e do PT (?), é a mesma, mas as políticas externas e os projetos políticos são bem diferentes. O Itamaraty de Lula envergonha a tradição de Rio Branco, ao abraçar, sob o comando de Celso Amorim, um terceiro-mundismo equivocado, sob a égide de dois falsos teoremas: (a) “somos pobres porque “eles” são ricos” e (2) “o somatório das pobrezas é igual à riqueza”. E tome alianças com Chávez, Morales, Fidel e outras fantasmagóricas figuras que tresandam o odor de empoeirados livros tomados por traças... Quanto aos projetos políticos, temos de um lado a social-democracia tucana, no estilo europeu, uma esquerda civilizada e, de outro, a volúpia autoritária de perpetuação no poder, que sempre norteou as ações petistas, desde que o partido foi fundado, uma esquerda raivosa. Quem é o Grande Fariseu, senão aquele que simula desconhecer todas as bandalheiras praticadas ao seu redor? É impossível, absolutamente impossível, que o presidente não tenha tomado conhecimento delas, a não ser que, ao atributo de iletrado, acrescentemos os de alienado, poltrão, leniente e sem qualquer autoridade, de duvidosa aplicação à sua pessoa. E quem, no passado, bradou colericamente impropérios contra Sarney, Barbalho, Newtão, Quércia e Collor e que agora, em ávida busca de votos, busca agasalhar-se nessas mesmas asas, avariadas pelos ventos pretéritos de tantas acusações, formuladas por ele mesmo e por sua seqüela de súcubos? É inaceitável que os petistas – alguns dos quais deveriam estar em cadeias - tentem desviar o debate da ética para a economia, pois não é esta a questão em jogo, mas uma gravíssima crise moral, protagonizada por eles próprios! Não se esqueça, leitor, de que o Procurador Geral da República referiu-se à montagem de uma quadrilha para saquear o erário e que legitimar corruptos com o seu voto não é ser mero eleitor, mas conivente e cúmplice de corrupção!
Editado por Giulio Sanmartini às 10/11/2006 12:27:00 PM |
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