Por Giulio Sanmartini
Apesar do governo sempre reclamar da contundência das críticas da revista Veja, este em seu número 1971, foi um dos periódicos mais amenos nos comentários sobre os destemperos etílicos do presidente da República, relatados pelos jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa, que cobrem o Palácio do Planalto para, respectivamente, a Folha e "O Estado de S. Paulo", no livro "Viagens com o Presidente - Dois Repórteres no Encalço de Lula do Planalto ao Exterior". Todavia num determinado momento surge uma conversa do presidente com uma ministra, que é um exemplo emblemático da grossura, da inconveniência e da total falta de educação de Luiz Inácio Lula da Silva.
Numa audiência com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na época em que o governo começa a discutir a transposição de parte das águas do rio São Francisco, o presidente ouve a opinião contrária dela às obras e os argumentos favoráveis dos técnicos da área. Após ouvi-los, consola a ministra: 'Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a um exame de próstata: não dá pra ficar virgem toda a vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no cu da gente. Então, companheira, se é pra enfiar, é melhor que enfiem logo'.
Não discuto a eficiência da ministra, mas uma coisa tem que se reconhecer, pelo menos até o que sabe, continua ilibada nessa enxurrada de safadezas que inundam o governo. O presidente de um país como o Brasil, por mais pifonista que seja, tem que ter um mínimo de estilo, não pode valer-se de um palavreado que causaria mal estar e rubor até em rufiões da Vila Mimosa