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LULA & COLLOR
Por Plínio Zabeu
Primeira eleição pós Constituinte. A disputa acirrada. Ofensas trocadas. Em dado momento, Collor fez a seguinte pergunta durante um debate na TV: “Caso o senhor vença a eleição, eu me coloco ao seu dispor para ajudar no que for possível para um governo que satisfaça todo o país. Se eu for o vencedor, posso contar consigo?” Resposta: “Nada disso, porque VOCÊ não vai ganhar nada e eu sim”.
Bem. Rolaram prestígio e dinheiro. Collor tomou posse. Começou confiscando nossas economias. Depois um tabelamento e daí por diante, um desastre. Mas, quando decidiu que todos – todos, inclusive os poderosos – passariam a pagar impostos, e não somente a classe média, começou a cair.
Para derruba-lo, iniciou-se investigação de corrupção a partir de seu lugar tenente PC Farias.
Durante a CPI o PC esperou que todos os parlamentares o acusassem à vontade até que pediu a palavra pra dizer: “Senhores! Vamos deixar de lado a hipocrisia. Os senhores e eu sabemos bem de que maneira se encontram aí usufruindo de suas posições”.
E então a CPI foi encerrada. Apenas a Receita Federal descobriu uma sonegação pela qual ele pegou algum tempo de prisão. Nada devolveu.
Prosseguiram nas acusações que culminaram com a perda de mandato e de direitos políticos do então presidente por 8 anos. Hoje, passados 14 anos nada, absolutamente nada, foi comprovado contra ele. Ou ele era realmente inocente, ou então ...
Continuaram bombardeando até PC perder a paciência: “Semana que vem, quinta feira, procurarei a Justiça e contarei tudo, mas tudo mesmo”.
Eis que, no sábado, uma bela moça, amante do acusado, se desentendeu com ele – um homem belíssimo, capaz de queimar o coração de qualquer moça bonita – e simplesmente o matou. Em seguida, não suportou o fato de ter cometido um crime tão bárbaro com alguém tão belo, pôs fim à sua vida com outra bala da arma. Interessante como tem gente que até acreditou nesta história.
Mas, já que absolutamente nada de irregular foi provado contra Collor, eis que ele – agora com todos seus direitos políticos - volta a campo, candidato ao Senado, apoiando Lula.
Ano que vem, Collor, Sarney e Renan usarão a tribuna para apoiar aquele que é tão capaz, tão ético, tão honesto...
Também desta vez haverá gente acreditando.
Daí que um Jefferson Peres decide abandonar a carreira política já que não conseguiu mudar nada em matéria de corrupção e incapacidade. Não só os políticos são desonestos, os que os elegem também o são (conclusão correta a dele).


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/07/2006 02:27:00 AM      |