Isto leva a outra facilidade: a de se safar. Vejam que já se fala que os 67 deputados envolvidos com a máfia dos sanguessugas estariam preparando o caminho para a absolvição. A união sinistra com os mensaleiros os permitirá manter seus mandatos e, como rezam muito à noite antes de dormir, conseguir mais quatro anos. Conversando ontem com o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice presidente da CPI dos Sanguessugas, pairava no ar a suspeita de que enquanto não for votada a emenda propondo o fim voto secreto em sessões de cassação de mandato, o corporativismo falará mais alto.
Porém, antes de tratar do projeto é preciso destrancar a pauta. E para isso nada menos que 20 medidas provisórias têm que ser votadas. Com a corrida eleitoral esquentando, alguém aí acredita que os deputados vão fazer esforço concentrado para limpar a pauta? E não é só isso: digamos que consigam e que votem - e aprovem - a proposta do voto em aberto. Como no Conselho de Ética os processos estão iniciados, virá uma enxurrada de ações judiciais, todas alegando que as regras foram mudadas com o jogo rolando.
Isto representa cheiro de pizza no ar. Pobre pizza: primeiro, desvalorizada pelos maus cozinheiros, e, agora, pelos vermes políticos.