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PIZZA ASSADA OU MURCHA ?
Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - A pizza continua no forno, ainda que o cozinheiro tenha abrandado o fogo alto. Saberemos em pouco tempo se foi assada ou murchou. Fala-se da decisão que anunciará amanhã ou depois o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto, a respeito de arquivar ou mandar abrir processo contra três de seus companheiros por envolvimento no escândalo dos sanguessugas.
Ney Suassuna, Serys Shresarrenko e Magno Malta foram acusados no relatório da CPI de terem recebido propina ou favores da empresa Planan, por conta de emendas individuais ao orçamento para a compra e entrega a diversos municípios de ambulâncias a preços superfaturados. Contra eles existe não apenas o depoimento de um dos sócios da empresa, mas provas documentais que os deixam mal, diretamente ou através de parentes.
Senador voltou atrás
João Alberto surpreendeu a todos ao dizer que não aceitava provas produzidas por um bandido, o tal sócio, filho do dono da empresa. Como outras evidências estavam referidas, inclusive por inquérito aberto pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de Mato Grosso, o senador não propriamente voltou atrás, mas abrandou o fogo da pizza.
Admitiu que no começo desta semana decidirá pelo arquivamento ou abertura do processo no Conselho de Ética, designando um relator para cada senador acusado, que até lá terão apresentado suas defesas.
É claro que os três senadores juram estar sendo perseguidos, dizendo-se traídos por maus funcionários ou parentes que agiram sem seu conhecimento. Todo mundo é inocente até que se lhe prove a culpa, mas a melhor forma de demonstrar inocência é permitir a abertura do processo, defendendo-se.
No Senado, a reação foi tão grande à primeira reação do presidente do Conselho de Ética que, além de ele ter engrenado meia-trava na decisão de engavetar as denúncias, obrigou-se a declarar que, se houver culpa, as cassações dos mandatos deveriam acontecer ainda antes das eleições. Não parece fácil essa hipótese, tendo em vista estarem os senadores em seus estados em campanhas próprias ou em favor de aliados. Mesmo assim, quem sabe?...


Editado por Giulio Sanmartini   às   8/21/2006 04:22:00 AM      |