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COMPRARIA UM CARRO DESTE CARTOLA?
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COMPRARIA UM CARRO DESTE CARTOLA? Ralph J. Hofmann 02/08/06
Olha eles de novo! Os cartolas do futebol com trânsito nas altas esferas. No congresso tramita um projeto de uma raspadinha para gerar receita que possibilite aos clubes pagar seus débitos com o INSS. Um amigo meu tenta rastrear o projeto, mas sem sucesso. Está camuflado em algum escaninho sob uma carapaça de palavrório legal. Fala-se em receitas para que os clubes acertem seus débitos com o INSS.
Mas a "casta" dos cartolas não obteve, na década de sessenta, a Loteria Esportiva como estímulo? Depois não veio a administração de "Bingos" como ajuda? Os bingos não foram cedidos para empresas que repassam uma merreca aos clubes? Alguém sabe realmente quanto os bingos recolhem e quanto é passado aos clubes? Quanto de uma raspadinha realmente passará aos clubes para pagar dívidas de INSS? Quanto alimentará os sonhos de consumo dos administradores?
Dados da imprensa dão conta de que somente os quatro "grandes" times do Rio de Janeiro, o Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco da Gama, podem ganhar de presente uma ajuda de mais de 600 milhões de Reais, dívida de contribuições não recolhidas por várias administrações, tornando-se assim mais um exemplo de prêmio ao descumprimento da lei.
Claro está que a raspadinha será uma contribuição espontânea. O torcedor vai ajudar sua agremiação. Mas por que o poder público deveria criar um meio de coleta de fundos que será administrado pelas mesmas pessoas que criaram o rombo. Afinal, se não agiram com intenções criminosas, ao menos deram amplos motivos para que sejam considerados incompetentes na administração de agremiações.
Essa geração de políticos não parece ter estatura para beneficiar meia dúzia de times de futebol ante o que ocorre com empresários cujo capital de giro é sucessivamente solapado por impostos desproporcionais e antecipação de impostos , combinados com juros escorchantes e uma burocracia caríssima.
Se os times de futebol tem um patrimônio que façam frente aos seus débitos entregando seus jogadores para venda à Europa como abatimento de seus débitos. Que passem alguns anos no inferno das divisões inferiores, mas que se tornem honestos. Que responsabilizem seus cartolas por esse opróbrio, que elejam caras novas e as fiscalizem.
Mas se houver uma raspadinha em prol dos clubes, que noventa porcento da mesma se dedique a abater dívidas de INSS das milhares de empresas, que dão emprego aos torcedores e que pagam mensalidades, compram bandeiras e camisetas dos times.
Que as contas dos velhos cartolas sejam examinadas seriamente, profissionalmente. Afinal, se os cartolas são suficientemente competentes para não destruírem suas próprias empresas, por que não conseguem gerir com competência o patrimônio de seus clubes. Nas palavras do Barão de Itararé: "Há algo no ar e não são os aviões da Panair."
Quem sabe não descobrimos que alguns cartolas deveriam passar uns tempos atrás das grades? Que eu saiba a presidência de um clube de futebol ainda não dá imunidade a ninguém.
Frederico da Prússia um dia escreveu para Voltaire: "Hoje mandei fuzilar uns quantos desertores. Os sobreviventes ficaram bem mais corajosos."
Pensem no seguinte: "Hoje prendemos 12 cartolas. Uma onda de honestidade e competência está se espalhando pelos outros."
Editado por Adriana às 8/02/2006 04:27:00 PM |
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