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PLANALTO ULTRAPASSA GASTOS DE 2005
na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto ultrapassou, no início deste mês, o total de gastos de 2005. De janeiro para cá, a estrutura de apoio do presidente da República teve uma despesa de R$ 637,3 milhões, valor R$ 69 milhões maior que o registrado em todo o ano passado. Os números atingiram essa cifra pelos recursos disponibilizados principalmente com pessoal, diárias de viagens, aluguel de carros e publicidade.
Um dos órgãos da Presidência, a Coordenação de Recursos Humanos teve uma despesa nos últimos 6 meses de R$ 285 milhões, contra R$ 31 milhões em 2005. A Secretaria de Administração, responsável pela manutenção dos prédios da Presidência e até por diárias de viagens, gastou em seis meses R$ 165 milhões, valor inferior aos R$ 272 milhões pagos em 2005. As diárias de funcionários e ministros em países latino-americanos, nos Estados Unidos, na África e na Europa - roteiros de viagens do presidente Lula - contribuíram para elevar as despesas. O assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, com diária em torno de US$ 220, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, estão entre as autoridades que receberam diárias para viajar.
Há funcionários do palácio, no entanto, que receberam acima de R$ 100 mil em algumas viagens. É o caso de Ivan Moyses Ayupe, que recebeu R$ 114,7 mil para "atender" despesas com a viagem a Botswuana, na África, em fevereiro. A planilha de gastos da Presidência não detalha se o valor foi para pagar despesas dele ou de um grupo.
Contratos com locadoras também ajudaram a aumentar os gastos. A Presidência repassou, por exemplo, para a locadora Disbrave recursos nos valores de R$ 191 mil, R$ 202 mil e R$ 270 mil. Os valores vão além dos R$ 45 mil repassados neste ano à empresa Victory, que terceiriza o serviço de transporte da Presidência em Brasília.
Os dados sobre as despesas do Planalto foram levantados em números do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) fornecidos pelos técnicos da liderança do PFL no Senado. Por meio de senha, parlamentares podem ter acesso aos números de gastos do governo.
Na relação de despesas deste ano da Presidência consta inclusive gastos de quantias mais baixas com a agência Duda Mendonça & Associados, do publicitário e marqueteiro da campanha de Lula em 2002.
Desde o ano passado, quando Duda revelou ter recebido dinheiro do exterior durante a campanha, o governo rompeu o contrato com a agência. Em abril, a agência recebeu parcelas de R$ 34 mil e R$ 1,7 mil da Presidência. No mês de junho foi repassado mais R$ 2,8 mil.
O levantamento do Siafi destaca que o governo paga em dia às agências Lew Lara e Matisse, contratadas por um total de R$ 150 milhões ao ano para fazer a publicidade oficial. De janeiro até o início deste mês, a Presidência repassou R$ 37,3 milhões para a Lew Lara e R$ 33 milhões para a Matisse, um gasto total de R$ 70,7 milhões. As parcelas pagas a Lew Lara vão de R$ 291 a R$ 5,3 milhões.
Esse levantamento inclui despesas com centros odontológicos, floriculturas, lojas de móveis e empresas de pessoal. Já os gastos com as Secretarias de Pesca, Promoção da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres e Direitos Humanos, órgãos vinculados à Presidência, não estão incluídos na relação.
Os gastos continuam. O "Diário Oficial" da União publicou na edição de ontem contrato que a Casa Civil assinou com a empresa Visual - Locação, Serviço, Construção Civil e Mineração.
Por R$ 260 mil, a empresa prestará serviço de "copeiragem" nas copas da Secretaria Nacional da Juventude, órgão que funciona no Planalto, e na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, instalada na Esplanada dos Ministérios. O contrato tem duração de um ano.
Até ontem à noite, a assessoria de Imprensa da Casa Civil não havia comentado o aumento nos gastos da Presidência. A Casa Civil controla as despesas do Planalto e é responsável pela contratação de pessoal e de empresas que prestam serviços ao palácio.
Cartões corporativos
Em 2005, a despesa com cartões corporativos do governo foi de R$ 4,6 milhões. O valor corresponde a 71% do gasto em 2004. Os números são do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Assessores dizem que a tendência é manter a elevação dos gastos neste ano. A administração federal prioriza essa forma de pagamento, segundo os assessores, por considerar mais transparente que o uso de dinheiro vivo.


Editado por Giulio Sanmartini   às   7/13/2006 03:52:00 AM      |