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O TERROR AGRADECE
Por Carlos Brickmann no Diário do Grande ABC

O crime organizado assassina agentes penitenciários, procurando implantar o terror entre os funcionários das prisões. O Governo paulista já decidiu como reagir: autorizando os carcereiros a andar armados (e, num acesso de pão-durismo, decidindo que não vai fornecer as armas nem o treinamento para usá-las).
O problema é que não adianta ao agente penitenciário, na luta contra o terror criminoso, estar armado ou desarmado. O cavalheiro está num ponto de ônibus, num telefone público, a caminho da padaria, e é alvejado por passageiros de um carro, pelo garupa de uma moto ou por alguém que passa a pé. De que lhe adianta estar armado? São assassinatos de emboscada, à traição, sem chance de defesa. A vítima pode estar com uma bazuca; e daí, se não tem oportunidade de usá-la?
Além disso, há dois erros básicos nessa idéia. O primeiro é que, se o Governo acha conveniente que os agentes penitenciários andem armados, deve fornecer-lhes armas, munição e treinamento – armas, aliás, padronizadas e registradas, para prevenir abusos. O segundo é que não se pode atribuir à vítima, preferencialmente, o cuidado com a própria defesa, a menos que se queira transformar as ruas num campo de batalha de franco-atiradores, o que só amplia o terror que interessa ao crime organizado.
Cabe ao Governo proteger a vida e os bens de agentes penitenciários, de agentes tributários, de agentes fiduciários, da gente. Este é um dos principais motivos que levaram as sociedades a criar Estados e instituir governos: manter a ordem pública. É para isso que pagamos impostos – e quanto!
Me engana...
Amanhã, oficialmente, começa a propaganda eleitoral. O que se viu até agora, com inaugurações de projetos de obras que um dia, quem sabe, serão construídas, com filmes na TV mostrando candidatos chiquérrimos almoçando em restaurantes de um real o prato e fazendo cara de que estão gostando, não era propaganda, nem campanha. Era... era... era... quer dizer, não era propaganda.
...que eu...
O presidente do Senado, Renan Calheiros, acha que haverá número suficiente para realizar votações de hoje até o dia 17, quando começa oficialmente o recesso parlamentar; e em agosto e setembro. Claro: o Senado, que nada votou neste ano, vai trabalhar justo nas férias escolares e durante a campanha eleitoral, não é mesmo?
... gosto
Hoje são entregues à Justiça as previsões de gastos de campanha – aquelas, em que uma frota de 500 Kombis, com motorista e auxiliar, é orçada em 32 centavos por dia, e uma eleição presidencial custa o mesmo que uma de vereador numa cidade média. Mas, como todos os partidos fazem o orçamento do mesmo jeito, fica combinado assim: a gente acredita que é tudo baratinho e no caixa 1.
Boas palavras
André Montoro, candidato a deputado federal pelo PSDB paulista, envia e-mail concordando com a nota sobre as normas para tornar as campanhas mais transparentes – e que, diz a nota, contribuirão para torná-las menos transparentes. “O problema”, diz Montoro, “são os recursos não-contabilizados, e não a contabilização dos recursos declarados. As mudanças realizadas (...), por sua enorme complexidade burocrática, são incentivos à não-declaração de recursos e gastos”.
Boa referência
Uma sugestão para quem quer votar num candidato do PSDB: André Montoro é uma boa alternativa. Foi secretário da Economia e Planejamento de São Paulo, foi presidente do BNDES, é filho do falecido governador Franco Montoro e nunca ninguém levantou qualquer suspeita sobre suas atividades ou sua honradez.
Nuestro Mercosur
O presidente Lula está hoje em Caracas, comemorando a entrada da Venezuela no Mercosul. O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, é aquele grande amigo de Lula que deu suporte técnico e político à decisão do presidente Evo Morales de invadir militarmente as instalações da Petrobras na Bolívia.
Maldades de campanha
Esta coluna não aceita de maneira nenhuma as maldades que vêm sendo espalhadas no calor da campanha – iniciativa, é claro, do imperialismo americano e “das elite”. Isso de dizer que os Quatro Cavaleiros do Apocalipse da América Latina são o Baderneiro, o Cocaleiro, o Milongueiro e o Cachaceiro é horrível.
Acredite se quiser
Está marcada para hoje a votação, pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, de requerimento para que o ministro Márcio Thomaz Bastos responda à denúncia de que recebeu ilegalmente pagamentos no Exterior. A acusação foi feita por um antigo cliente do hoje ministro da Justiça, o empresário Ivo Morganti Jr., que disse ter pago os honorários de Márcio Thomaz Bastos no Exterior. Márcio teria recebido US$ 4 milhões para defendê-lo (a propósito, com sucesso) da acusação de participar do assassínio do pai, Ivo Morganti.
Tem gente com medo
Walcyr Carrasco, grande novelista e jornalista, planeja fazer um filme sobre os nazistas no Brasil. É um tema explosivo e que até hoje foi evitado.


Editado por Adriana   às   7/04/2006 09:20:00 PM      |