Presidente declara patrimônio de R$ 800 mil e candidato tucano de R$ 640 mil
BRASÍLIA - A mais cara campanha eleitoral para presidente da República começa oficialmente hoje. Os sete candidatos a presidente anunciaram ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, juntos, prevêem teto de gastos de R$ 279,1 milhões em sua tentativa para se eleger. Os candidatos também declararam o total do patrimônio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, declarou um patrimônio de R$ 839.033,52 em 2006, contra R$ 422.949,32 declarados em 2002.
O Palácio do Planalto informou que Lula optou por aplicar parte do salário de R$ 8,8 mil mensais (que ele pode guardar integralmente, pois todos os seus gastos são bancados pelo contribuinte) em fundos de investimentos.
De fato, a cópia da declaração de rendas de Lula mostra que depois de eleito ele aplicou R$ 156.146,83 no Fix Especial Plus do Banco do Brasil, R$ 111.055,40 no Fif Plus DI do Bradesco, R$ 63.304,16 no Fundo de Investimentos do Bradesco e pequenas quantias nos fundos de ações da Petrobrás, da Vale do Rio Doce e do Banco do Brasil.
Lula, que já tinha três apartamentos em São Bernardo do Campo, investiu R$ 47.695,38 num imóvel em construção, no Guarujá, e comprou outro terreno em Riacho Grande, distrito de São Bernardo. Lula ainda tem a mesma Blazer que declarou em 2002.
Entre os sete candidatos, o presidente Lula tem o terceiro maior patrimônio. O campeão absoluto é Luciano Bivar, do nanico PSL. Bivar, que é dono de seguradoras, é um grande aplicador em fundos de investimentos no mundo todo e em imóveis no Brasil. Ele é também presidente do Sport Clube Recife. Bivar tem patrimônio de R$ 8.775.519,14. A curiosidade é que entre seus bens o candidato declarou um revólver Taurus calibre 38, avaliado em R$ 590.
O tucano Geraldo Alckmin declarou bens no valor de R$ 691.698,99. Entre eles, 20 garrotes, por R$ 10 mil; um apartamento com duas entradas na Rua Pedro Gomes, em São Paulo, por R$ 323.806,02; uma casa em Pindamonhangaba (S)), de R$ 52.822,98; aplicação de R$ 93.835,65 no Fundo DI Classic, do Banespa; duas chácaras e um prédio comercial em Pindamonhangaba, que valem R$ 168 mil; e um automóvel Paraty 1999 além de parte de um terreno herdado do pai.
Cristovam Buarque (PDT) tem bens avaliados em R$ 769.198,70. Em 2002, ao se candidatar a senador, ele declarou ter R$ 460.683,97. Portanto, nos últimos três anos e meio, seu patrimônio aumentou em 66,9%. No ano passado, ele comprou um apartamento em Perdizes, por R$ 160 mil. O candidato do PDT tem ainda imóveis em Brasília e em Caldas Novas (GO), dinheiro aplicado em fundos de investimentos, vaga em garagem e, algo fora de uso, linhas telefônicas, hoje sem valor algum. Tem patrimônio em obras de arte e livros avaliado em R$ 180 mil.
A senadora Heloisa Helena (PSol) declarou patrimônio de R$ 121.136,14 para um apartamento em Marechal Deodoro, recebida de herança, uma poupança no Banco do Brasil, um veículo Palio e um jipe Suzuki. Como em 2002 disse ter R$ 59.996,75 em bens, também conseguiu duplicar o patrimônio.
O segundo candidato mais rico entre os sete que disputam a eleição presidencial é José Maria Eymael (PSDC). Seu patrimônio é de R$ 985.832,95. Ele tem um apartamento em Porto Alegre, avaliado em R$ 119.857,21; casas e terrenos em Bertioga e Santana do Parnaíba e quatro automóveis, que ultrapassam os R$ 800 mil.
Entre todos os candidatos, o mais pobre é Rui Pimenta (PCO), embora tenha triplicado seu patrimônio em relação a 2002. Naquela campanha, ele declarou ter bens no valor de R$ 30 mil. Agora, tem R$ 100 mil, correspondentes a um terço de um apartamento. Não tem nenhum veículo.
José Alencar, o candidato a vice de Lula, é de longe o mais rico dos que participam da disputa presidencial. Só de ações da Coteminas ele tem R$ 3,8 milhões. Tem ainda R$ 1,9 milhão em ações das José Alencar Gomes da Silva Comércio, Participações e Empreendimentos, R$ 3,2 milhões em ações da Wembley, dezenas de imóveis espalhados pelo País, contas bancárias em uma dezena de instituições, poupança de R$ 408 mil no Bradesco e até um relógio Omega, seu bem mais barato, avaliado em R$ 286,76.