O escritor Dias Gomes, no início dos anos 1970 escreveu a novela televisiva “O bem-amado”, onde criou o personagem Odorico Paraguassú, prefeito da cidade de Sucupira, que passou os quase 200 capítulos da novela tentando inaugurar o cemitério de sua cidade.
Tal qual um Odorico Paragussú de caráter nacional, o presidente da República não resiste a uma inauguração, teve até o desplante de inaugurar um buraco que foi mais ou menos tapado numa rodovia. Para ele ser presidente é algo ótimo, viaja com seu novo avião quando e para onde bem entende, leva junto quem esteja disposto a ouvi-lo sem contestar, faz discursos, deita metáforas e inaugura; o cargo apresenta somente um lado desagradável: as vezes tem que governar e aí não é com ele mesmo.
No início dessa semana foi ao Rio de Janeiro, inaugurar não sei o que dos Jogos Pan Americanos. Reinou junto com subserviente governador Sergio Cabral, ele que brinca de ser presidente aproveitou para brincar de fotógrafo (foto). Para não perder a viagem
brindou o distinto público com uma carrada de besteiras, tipo: “Eu quero dizer uma coisa. Tanto o PAC, que eu vou fiscalizar, como também os jogos Pan Americanos vão ser assim”; “será uma espécie de vestibular para nossa competência em promover determinadas modalidades esportivas”
E meteu-lhe um grã final, onde usou sem miséria sua demencial megalomania: “O Pan mostrará nossa capacidade ao mundo”.
Só ainda acredita em alguma coisa de Lula, que não o conhece, o que, lamentavelmente o mundo está vendo do Brasil é o filme “Manda Bala”, sobre a corrupção nacional e vencedor do festival “Sundace”.
Nem sei porque a fotografia ao lado tem tudo a ver com Lula e o governador do Rio. (me desculpem os artistas circenses). (G.S.)