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PARTINDO PARA OUTRA OPRÇÃO
“Partimos do PPS, PV e PSOL, com a perspectiva de agregar PSDB e insatisfeitos da base governista, inclusive do PMDB e do PT. Temos potencial para reunir mais de cem deputados. Ganhando densidade, teremos papel decisivo.”
Pensa assim o deputado oposicionista Raul Jungmann (PPS-PE), acrescentando que espera encontrar um terceira via, para isso trabalha com uma expctativa de mobilizar mais de 100 deputados. “Eleger Arlindo Chinaglia, diz ele, seria o mesmo que “acomodar José Dirceu na presidência da Câmara”.
JUNGMANN DIZ QUE 3ª VIA AGREGA MAIS DE CEM VOTOS
Por Josias de Souza, na Folha de São Paulo
Entrevista com Raul Jungmann
- qual é o poder de fogo do “grupo independente”?
Partimos do PPS, PV e PSOL, com a perspectiva de agregar PSDB e insatisfeitos da base governista, inclusive do PMDB e do PT. Temos potencial para reunir mais de cem deputados. Ganhando densidade, teremos papel decisivo.
- Por que a busca de uma outra candidatura?
Três motivos: 1) nem Arlindo Chinaglia nem Aldo Rebelo representam ruptura com a legislatura que chega ao fim. Significam o prolongamento da pior legislatura de nossa história. 2) nenhum dos dois será capaz de aplicar o choque republicano que a Câmara necessita. 3) ambos irão manter a servidão do Legislativo em relação ao Executivo.
- O que o novo grupo propõe?
A mobilização dentro da Câmara das forças autonomistas e republicanas. É preciso devolver ao Legislativo o seu verdadeiro papel democrático. Há muito por fazer. Por exemplo: reforma do regimento interno, interrupção do império das medidas provisórias, fim de privilégios e reformulação da Corregedoria e do Conselho de Ética, instâncias de julgamento interno, que entraram em colapso.
- Aldo e Chinaglia são iguais?
Vistos isoladamente, são duas pessoas sérias. Mas, considerando-se as forças que os apóiam, não posso colocá-los num mesmo patamar. Em torno de Chinaglia rearticulou-se o que há de mais execrável no aparelho petista –uma associação dos grupos do José Dirceu e da Marta Suplicy. Ele tem o apoio dos mensaleiros e dos sanguessugas. Com Chinaglia, daríamos um salto para trás. Elegê-lo é o mesmo que acomodar José Dirceu na presidência da Câmara, num instante em que Ricardo Berzoini, o chefe dos aloprados, retorna à direção do PT. Votar nele é o mesmo que reforçar o lado negro do PT, responsável pelo esquema que levou o Congresso ao mensalão. Não sou eu que estou dizendo. Tudo isso me foi dito por companheiros petistas do próprio Chinaglia. Há no PT um grupo do bem. Pessoas como José Eduardo Cardozo, Walter Pinheiro, Antonio Carlos Biscaia e o próprio líder Henrique Fontana.
- Por que não votar em Aldo?
No exercício da presidência da Câmara, Aldo portou-se como auxiliar do presidente da República. E derrapou seriamente ao tentar duplicar o salário dos deputados, para fazer aliança com o baixo clero da Casa. Além disso, Aldo está sendo desidratado desrespeitosamente pelas forças governistas. Ele merece todo respeito, mas Lula, com seu comportamento dúbio, o está transformado num pato manco. Na ponta do lápis, ele só conta com o PFL, sem entusiasmo, o PC do B, e, talvez, do PSB. Sua derrota é o fracasso do ministro Tarso Genro como articulador político do governo.
- Os senhores já têm o nome do novo candidato?
Estamos buscando, inicialmente, um nome do PMDB ou do próprio PT. Mas isso não é o mais relevante. O que importa é realçar que essa nova candidatura dará rumo ao processo sucessório, retirando-o das águas turvas do corporativismo parlamentar e construindo pontes com a opinião pública. Divulgaremos uma plataforma para o comando de uma nova Câmara.


Editado por Giulio Sanmartini   às   1/07/2007 09:36:00 AM      |