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NÃO É ASSIM QUE SE FAZ JORNALISMO
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Por Giulio Sanmartini A primeira obrigação de um jornalista é dar a notícia correta. Esta pode (e deve) ser opinativa, todavia jamais tendenciosa. A posição política do profissional não deverá ser manipulada para mudar a real visão dos fatos, pois se assim agir perderá completamente a seriedade e a credibilidade. Pode-se criticar os Estados Unidos, ser contra sua política externa, achar George Bush um idiota, mas para tal não se deve ser obrigatoriamente americanofobo. Sou frontalmente contra a guerra no Iraque, no Afeganistão, na Chêchenia, na Somália, mas como jornalista as encaro sob ponto de vista ético e moral. A grande maioria do jornais do mundo veicularam em manchete na primeira página, o fato que no Iraque já morreram mais estadunidenses que no atentado as Torres Gêmeas do dia 11 de setembro de 2001. Sim, e daí? Desde o fim da primeira Guerra, quando a aviação tornou obsoletas as Guerras de Posições, isto é aquela em que os exércitos se enfrentam entrincheirados, buscando a vitória por meio da tomada, progressiva de posições vantajosas, não importando as perdas de soldados. Houve uma mudança significativa, nas guerras convencionais modernas, continua-se a buscar posições vantajosas só que ao fazê-lo, calcula-se qual a perda de elemento humano será necessária para atingir o objetivo e esse número que determinará a estratégia a ser seguida, sempre visando ser o menos possível. Portanto quando os militares partem para guerra sabem que a chance de retornar vivos é a mesma de não voltar, faz parte do mister. São assim que funcionam as guerras mencionadas. O ataque as Torre Gêmeas por uma ato terrorista, foge a qualquer convenção, as pessoas que morreram não tinham ido para a guerra, mas simplesmente para seu trabalho diário, assim qualquer comparativo entre Iraque e Nova York, quando praticado para veicular uma notícia, decididamente não é fazer um bom jornalismo.
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Editado por Giulio Sanmartini às 12/27/2006 03:03:00 PM |
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