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A MÁQUINA QUE PAGA AS ELEIÇÕES
Por Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário.

Diz a sabedoria popular que uma das coisas mais agradáveis da vida é gastar o dinheiro dos outros e principalmente tendo a certeza que o dono nunca vai saber. É assim que se faz com o dinheiro público. Quando, por exemplo, se aproxima as eleições bilhões de reais são distribuídos entre os “amigos”, mas é “vendido” através da propaganda como sendo para o povo. Para o beneficio do povo. Agora depois das eleições uma das melhores manchetes que li, foi a que a “governadora reúne prefeitos para agradecer pela reeleição”. Nunca vi uma manchete tão apropriada. De fato, não foi o “povo” que a reelegeu e sim os prefeitos. Muito boa.
De qualquer forma é fácil perceber que verbas para saúde, construções de estradas em época de eleição ou reeleição escondem a realidade que é a maneira custo zero que os executivos criaram para financiar campanhas e os empresários são a fonte entre o governante e a obra que deveria ter sido feita. Mas há talvez um erro nessa minha frase, que agora que escrevi percebo. Na verdade esse tipo de financiamento se mantem por todo o governo. Tudo dinheiro do contribuinte. O contribuinte paga a conta das campanhas políticas e fora dela.
Propagandas milionárias, compra de votos tanto de lideranças como do próprio eleitor são a regra da classe política, mesmo entre aqueles que “assinam” como socialistas, talvez até mais entre esses. Deve ser a forma de socializar o dinheiro do povo, isto é, dos outros. E claro, num país como o nosso, ganha eleição quem tem mais dinheiro, o que é mais fácil tendo a “maquina” de fazer dinheiro, que é a máquina pública. Nesses casos não precisa ter passado, nem futuro, basta alguns milhões e tudo está resolvido. O bolso do povo resolve. O bolso do contribuinte resolve.
Ora, perder reeleição é quase impossível pois o dinheiro do imposto atende aos piores objetivos sangrando não só as consciências como também o futuro do país. Neste ponto devemos respeitar as esquerdas pois elas durante muito tempo tiveram coragem de assaltar Bancos, imagine assaltar os cofres públicos. No fundo, no fundo, o dinheiro é o mesmo. Lula claro, virou um mito quando deveria ser um Midas que transformasse verdade em mentiras e vice versa. Nesse sentido Lula e o governo PT se parecem muito com os personagens do livro de Kafka “O processo”, quando dizem, “a verdade não é o mais importante e sim a necessidade”, ou seja, transformou uma mentira em verdade universal.
Parece mesmo que o PT sempre achou que a corrupção era uma forma de desenvolvimento e, lamentavelmente, tornou-se enquanto partido, um canteiro de ladrões. Voltamos ao estado do cangaço. Aliás, é bom lembrar que Lampião era o seu (de Lula) conterrâneo. Depois de nada saber o presidente vai em frente tentando acabar com oposição, sinônimo de democracia, para quem sabe atingir o verdadeiro desejo por trás, que é o de um Partido único. Ora, a conclusão parece ser a pior possível, isso claro, para quem enxerga. Para que preferir a verdade, se ela só faz atrapalhar. No final talvez eles venham a dizer que quem atrapalha mesmo o “progresso socialista” é mesmo o povo. Ou será que é a imprensa?


Editado por Adriana   às   12/07/2006 11:30:00 PM      |