Por Ipojuca Pontes em Mídia sem Máscara “Tudo que é preciso para que o mal triunfe é que os homens de bem nada façam”. Edmundo Burke, liberal inglês Faço algumas observações, ainda na ressaca eleitoral de 2006, sobre o mundo que nos cerca. Elas dizem respeito ao presidente Lula da Silva, ao ditador Fidel Castro, ao sofista Delfim Neto e ao indiciado Antônio Palocci. São notas variadas em torno de um mesmo tema – a maldade – e suas eternas variantes de corrupção, violência, cinismo e impunidade. 1 - Sobre Lula: relendo outro dia “Eichmann em Jerusalém”, de Hannah Arentd, sobre o julgamento do carrasco nazista que conduziu milhões de judeus para os fornos dos campos de concentração, me lembrei do vosso reeleito presidente. Tal como Adolf Eichmann, que alicerçou a “banalidade do mal” na Alemanha, o Luiz Inácio permitiu que se institucionalizasse no Brasil a “banalidade da corrupção”, tornando-a uma espécie de feijão-com-arroz do nosso cotidiano político. No julgamento de Jerusalém, acompanhado de perto por Arentd, o carrasco nazista alegou que não se sentia responsável pelo genocídio, visto que apenas cumpria ordens superiores, como se ordens superiores em casos de extrema maldade (genocídio) fossem verdades inquestionáveis. Certo: o vosso presidente não mandou ninguém para os fornos crematórios. Mas, num outro plano da maldade, que diz respeito à corrupção instalada no Palácio do Planalto, Lula não só fechou os olhos, como se diz isento de responsabilidade pessoal por “erros cometidos por outros” – exatamente as pessoas que, escolhidas a dedo e a serviço da manutenção do poder, tornaram o roubo, a fraude e a mentira a moeda corrente da vida nacional. Pior: tornaram boa parte da nação politicamente conivente com a “banalidade da corrupção”.
Só mais uma informação: Eichmann, o carrasco nazista que banalizou o mal, foi julgado em 1962 (em Jerusalém), condenado à morte e levado à forca. 2 - Sobre Fidel Castro: depois de seis semanas sem aparecer aos olhos do mundo, o ditador cubano, como resposta à revista Time que o deu como portador de câncer terminal, apareceu em vídeo com agasalho vermelho, segundo a imprensa burguesa “com boa aparência, caminhando e falando ao telefone”. O que o fato tem a ver com a maldade? Tudo. O tirano Fidel Castro é a própria essência da maldade. Ainda estudante, seu pendor pela violência sanguinária infernizou a vida de Cuba. Ele organizou um grupo de vândalos, “Los manicatos” (“mãos-duras”), para fazer arruaças e impor sua vontade pessoal. Mais tarde, conhecido como o “homem do colt 45”, aderiu ao gangsterismo político, executando adversários e dirigentes sindicais (como, por exemplo, o líder estudantil Leonel Gómez e o sindicalista portuário Aracelio Iglesias). Segundo o “Livro Negro do Comunismo”, de autoria dos socialistas Stéphane Courtois e Jean-Louis Margolin, Castro foi o responsável direto pelo extermínio, tortura e prisão de mais de 80 mil pessoas. Na minha família duas pessoas morreram de câncer. E uma sobrinha, em Turim, é especialista em câncer terminal. Os olhos fundos de Fidel, sua palidez, os estímulos retardados na fala indicam que ele, tal como ocorreu com o “Tirofijo”, na Colômbia, não tem seis meses de vida. (Ainda assim, junto com Chávez, Evo Morales e Lula forma a banda dos “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”). 3 - Sobre Delfim Netto: numa solenidade promovida pelo Jornal do Comércio, no Copacabana Palace, o sempre educado Bernardo Cabral me apresentou a Delfim Netto, o sinuoso czar da economia dos governos militares de Costa e Silva, Médici e Figueiredo, à época, tido como responsável pelo florescimento do “milagre brasileiro”, na realidade uma mágica alicerçada no governo Castelo Branco por Octávio Correia de Bulhões e Roberto Campos – mas, posteriormente, de efeito desastroso para o País quando o crédito externo começou a ser cobrado com juros elevados. Delfim - baixinho, cabelo pintado, bem vestido e de bochechas murchas - era a imagem do próprio capeta, olhar vivo, malicioso e convincente. Se tivesse um gorro de pele na cabeça, seria a reedição miúda de um membro da nomenklatura da Era Brejnev, outro “czar” que escondia, só na Rússia, 43 milhões de miseráveis - a “ralé branca”. Delfim é tipo que atua como um rolo compressor. Meses antes, para persuadir o PT (Stédile), tinha escrito um artigo ambíguo sobre entrevista concedida por Karl Marx ao The Chicago Tribune, em 1879, enfatizando que o “pai do socialismo científico” explicitava à época caminhos não violentos para se chegar à revolução. Eis a falácia: anos depois da entrevista, valendo-se de escritos (incendiários) do mesmo Marx publicados em 1882 (um ano antes de morrer), o fanático Lenin conduzia a Rússia a um banho de sangue sem precedentes na história, terminando por liquidar, sem dó nem piedade, todo o clã dos Romanov. Delfim que, dizem, orientava o ex-ministro Palocci, agora é candidato a ministro da Agricultura do segundo governo Lula, o amante da Revolução Cubana. Mas não duvidem do diabólico Delfim: mais cedo do que se pensa, retornará ao posto de czar da economia! 4 - Sobre Antonio Palocci: O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, edição cabocla do Dr. Jekyl e Mr. Hide (de dia era uma coisa e de noite praticava misérias), pronunciado por formação de quadrilha, peculato (desvio do dinheiro público) e falsificação de documentos. O promotor Costa Filho diz que a prisão de Palocci visa “colocar fim à organização criminosa que se enraizou na região de Ribeirão Preto colocando em risco a ordem pública e econômica da cidade”. O promotor Costa Filho não sabe onde está vivendo, coitado. O advogado de Palocci já apareceu e disse que ele agora é deputado em Brasília e só pode ser processado pelo STF. Quem aposta que Palocci não pega um só dia de cadeia?
Editado por Giulio Sanmartini às 11/06/2006 03:55:00 AM |
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