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SEGUNDO MANDATO
Por Plínio Zabeu
Que me perdoem os leitores, mas mais uma vez, ficou provada a inutilidade e o grande erro cometido pelo governo tucano. Jamais poderia ser colocada a emenda que permitiu reeleições no Brasil. “Neste pais”, como Lula se refere ao Brasil, não existe ainda nenhuma condição para que o eleitorado esteja capacitado para manter ou não um chefe de executivo. Todos sabem como tal emenda foi conseguida. Uma simples mudança de Constituição.
E é agora que os brasileiros têm que temer. O presidente eleito deixou bem claro sua intenção de mudanças. Mudanças para favorecer a equipe dirigente. Mesmo com opiniões abalizadas totalmente contrárias, não há dúvida que, com a intenção manifesta de reforma política – tão necessária e pela qual esperamos há décadas – criará condições para convocação de “Assembléia Constituinte Especial”. De um modo que não necessite de um plebiscito para convoca-la, como reza nossa atual Carta Magna.
Na justa euforia pela vitória expressiva, de novo estamos assistindo a uma espécie de “guerra” entre os principais ministros da casa. E isso é muito grave. Enquanto um declara o fim da “era Palocci”, outro rebate com uma política desenvolvimentista. Enquanto um propaga um crescimento sem tanta necessidade de manutenção de baixo índice inflacionário, outro já mostra que esta não é base tão importante e vai buscar no passado razões claras para se dar menos importância aos níveis médios de inflação.
O presidente, em altos brados – como é seu temperamento – declara que vai chamar todo mundo para conversar no planejamento do próximo período. “Quem vier e não concordar vai ter que se explicar”, disse ele.
Bem. Mas é bom que sua excelência e demais colaboradores, não se esqueçam que deverão respeitar seus limites. Uma vez que 58 milhões de eleitores não significam unanimidade.
Se quiser mesmo cumprir metas de campanha, atingindo crescimento alto e constante, necessitará de aprovação das propostas. Só que desta vez terá que assumir de verdade sua condição de mandatário e autoridade máxima e nunca mais permitir que fatos horrorosos – como a corrupção deslavada ocorrida durante seu primeiro mandato – sejam colocados como situações desconhecidas por ele, mesmo ocorrendo à sua volta e do conhecimento de todos. Nunca mais poderá clamar que “eu não sabia”. E é bom que avise a seus comandados mais próximos que o contingente que desaprovou as irregularidades estará atento para que não se repitam descalabros como o mensalão e tantos outros.


Editado por Giulio Sanmartini   às   11/01/2006 09:40:00 AM      |