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REINO DA IMPUNIDADE
Por Plínio Zabeu

O Brasil é desataque no ranking dos países contaminados pela corrupção. Repetidamente vamos percebendo que, se souber fazer, ter recursos para defensores competentes, planejar muito bem, pode hoje o corrupto desenvolver suas atividades com a maior desfaçatez e total ausência de preocupação. Esta não é uma afirmação leviana. É a conclusão de ilustre Ministro do Supremo Tribunal de Justiça.
Esperávamos por alguma punição aos acusados com provas cabais e suficientes. Vamos para quase dois anos de investigações. CPIs, PF e MP mostraram. Filmes, aviões, caixas de uísque e cuecas recheados de dinheiro foram exibidos ao mundo inteiro.
Por falar nisso, alguém sabe em que cadeia está o alto funcionário dos Correios filmado recebendo um pacote com 3 mil reais? Ninguém sabe. Tudo vai indo para conta do esquecimento. Fosse um ladrãozinho de feira e estaria preso mesmo.
Uma das pérolas foi dita pelo Ministro da Justiça com referência ao último – e por enquanto ainda vivo, mas por pouco tempo – ato apelidado de venda de uns documentos para prejudicar um partido: “Querem saber de uma coisa? Esse tal de dossiê nem tinha tanta importância assim. Vá lá. Deixem disso...” Bem. E o dinheiro? Bem. O dinheiro pode bem ser o mesmo encontrado com a filha do senador de duplo endereço. A diferença – de 500 mil reais – fica por conta dos juros daquele tempo para cá.
Assim sendo, vamos ter certeza de que nenhum dos mensaleiros ou do grupo dos quarenta ladrões – tão bem investigado e mostrado ao país por um corajoso procurador da republica – será punido. Uma das causas é o repulsivo foro privilegiado (esta sim uma herança maldita do governo anterior). Outra é o grande número de acusados. Palavras também de Ministro do Supremo: “É totalmente impossível analisar tantos e tantos processos”. Já bastam os que lotam os diversos setores. São milhares e milhares deles que serão encerrados pela prescrição.
Mas nossos deputados não param não. Está em andamento mais uma “facada” nas nossas contas. Eles recebem 12.500 mensais fixos (15 salários por ano) e mais outro tanto em “verbas de gabinete e indenizatória”. Cada um deles nos custa 100 mil reais por mês. Mas, para receber tais verbas é necessário guardar recibos e comprovantes de despesas. Isso dá um trabalhão! Trabalho? Essa não. Eis que, dia 22/12 à noite, o salário passará a 25 mil. Sem necessidade de votação em plenário.
Bem. E o presidente? Continua de nada sabendo...

pz@vivax.com.br


Editado por Giulio Sanmartini   às   11/22/2006 02:45:00 PM      |