Esperando ter finalmente obtido a tão esperada resposta, tão logo li as declarações da ilustre edil enviei-lhe o e-mail abaixo. Hoje, decorridos 20 dias de meu pedido, não recebi nenhuma resposta da vereadora Gouvêa Vieira, nem mesmo para acusar o recebimento de minha correspondência. Fica aqui registrado meu segundo apelo, na certeza de que a nobre vereadora há de ouvir e atender a um cidadão e eleitor, razão maior da presença dela naquela egrégia casa.
“Ilustre vereadora,
Na matéria “Aposentada diz que morador de rua deve ser levado de navio para alto mar”, publicada no Globo On-line de 23/10/2006, li suas declarações contra a atitude das pessoas de reagirem quando assaltadas, pois, segundo a senhora, de cada dez pessoas que reagem, nove morrem.
Sou formado em Administração de Empresas, com extensão em estatística (Análise Multivariada), fui gerente de pesquisa de mercado de várias multinacionais, inclusive do maior fabricante de refrigerantes no mundo, sócio fundador da Sociedade Brasileira de Pesquisa de Mercado, ex-membro da Esomar e professor de interpretação de pesquisas. Paralelamente, nos últimos 23 anos tenho me dedicado ao estudo do problema da violência no Brasil.
Nos cinco anos em que morei nos Estados Unidos, pude adquirir uma respeitável quantidade de livros e artigos sobre o problema da violência urbana, inclusive da seção da Revista da NRA (National Rifle Association) que todo o mês publica no mínimo quinze casos por edição, de cidadãos armados que puderam se defender de malfeitores.
Faz quase dois anos que compilo diariamente os casos de mortes publicados em jornais e cheguei a apresentar os resultados da primeira parte da pesquisa no site Mídia sem Máscara, em um artigo intitulado: “Desarmamento: fatos contra invencionices”. Digo isto apenas para que a senhora possa se certificar de que não está tratando com um ignorante, que fala bobagens sem saber o que diz. Desse tipo de gente basta o nosso presidente da República que, como aquela personagem de um programa humorístico, só abre a boca para dizer besteiras.
Em um debate na TV Senado, pouco antes do referendo em que participaram o professor Bené Barbosa (ONG Viva Brasil), deputado Fleury Filho, deputado Alberto Fraga, o senhor Antonio Rangel Bandeira (da ONG Viva Rio, que por suas ligações espúrias com a bandidagem deveria mudar seu nome para “Viva Bandido”) afirmou que pessoas que reagem a um assalto dentro de casa têm 180 mais chances de ser mortos do que os que não reagem. Evidentemente, como costuma ocorrer com os anti-armas, ele jamais apresentou a fonte da sua informação. Eu procurei a confirmação da informação exaustivamente, cheguei mesmo a escrever ao FBI e nunca ninguém me deu uma resposta confirmando tal afirmação. E como para pessoas que tratam qualquer assunto de forma séria, acredito que afirmação sem fonte é embromação, e é dessa forma que trato a assertiva do senhor Rangel Bandeira.
Assim, como pagador de impostos e, portanto, digno de alguma atenção (bem, pelos menos acho, embora nossos políticos só lembrem de nós, míseros eleitores, um par de meses a cada quatro anos), venho respeitosamente pedir a senhora que me envie fonte de estudo ou bibliografia feita por uma instituição séria onde seja demonstrado, através de um estudo de caso, que nove entre dez pessoas que reagem a um assalto morrem.
Certo de contar com sua prestimosa colaboração subscrevo-me,
Atenciosamente,
Peter Hof”