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Por Fausto Faria, médico em Rondonópolis - MT

Somando-se os agentes políticos, deputados federais, senadores e seus funcionários de gabinetes, denunciados como mensaleiros e/ou sanguessugas, certamente chegaremos a mais de duas centenas. Se ficarmos apenas nos parlamentares, não seria nenhum exagero dizer que cerca de 15% do Congresso Nacional foram flagrados com as mãos sujas, deixando evidente suas participações em episódios de desrespeito à cidadania, para ser elegante, ou de grossa corrupção, para ser claro. Nunca é demais registrar que o pouco apego aos bons princípios não se restringe ao parlamento federal, os estaduais e municipais seguem na mesma batida.
Esses dois recentes escândalos, Mensalão e Sanguessuga, somam-se a inúmeros outros: “anões do orçamento”, “esquema PC Farias” e tantos mais. Pouquíssimos desconhecem a comissão que “favorece” o parlamentar, quando esse libera recursos para financiar obras de pavimentação, esgoto, ponte, etc. Come se vê, os “pecados” cometidos são infindáveis. Se olharmos um pouco mais para trás, veremos que é correto supor que os desvios são a regra na política brasileira desde sempre, fato que as pessoas do bem não se cansam de lamentar, sem dúvida.
Para não abrir muito o leque, fiquemos com os políticos de Rondonópolis. Dos candidatos a deputado federal, dois, pelos fatos divulgados, estão envolvidos em algum tipo de falcatrua, recente ou passada. Ou ambas. Não é de hoje que circulam boatos, e notícias, sobre a participação dessas personalidades na “transferência” indevida de vantagens oriundas dos cofres públicos. Mesmo assim, eles têm recebido muitos votos.
Nas conversas com populares é possível perceber algum desencanto, e, em certa medida, até mesmo revolta, diante das mazelas perpetradas pelos parlamentares federais. Parece, contudo, que essas manifestações de indignação estão aquém do que seria de se esperar em tais circunstâncias, pois, seguidas vezes, essas figuras conquistaram mandatos populares, o que pode se repetir nas eleições deste ano.
Há algum tempo os eleitores da nossa cidade têm dado preferência, nas eleições gerais, a candidatos que moram aqui. Essa atitude não deve ser levada ao extremo, ao ponto de perpetuarmos no poder quem não reúne qualidades necessárias para missão tão importante. Não devemos levar esse princípio às últimas conseqüências e elegermos, seguidas vezes, candidatos sem apego aos interesses da população. Não é demérito votar em candidato de outra cidade se os que nos são apresentados deixam muito a desejar. Não podemos desqualificar o nosso voto.
As revoluções não existem mais. As transformações precisam ser feitas. A maneira mais adequada de promovê-las é através do voto. Com ele é possível afastar da vida pública os que sempre colocaram seus próprios interesses, quase sempre escusos, acima das necessidades do povo.


Editado por Adriana   às   9/13/2006 12:40:00 PM      |