Por Adriana Vandoni
Lendo a observação abaixo, escrita por Giulio Sanmartini, me coloquei a pensar... Bem sei das limitações da população na compreensão e assimilação desses escândalos todos. Sei que a complexidade dos esquemas e falcatruas do PT impede que as camadas menos favorecidas entendam e percebam que o partido age mafiosamente. Eles, do PT, também sabem disso e tiram proveito, claro. Continuam financiando a miséria e garantindo os bons índices nas pesquisas de intenção de voto. Mas o que assusta é que estamos perdendo de uma vez por todas a capacidade de indignação e porque não dizer, a vergonha na cara. Veja bem, do total de parlamentares candidatos a reeleição nos três maiores colégios eleitorais do país – Rio, São Paulo e Minas, 31,3% está sob investigação no STF ou nos Tribunais de Contas, ou estão envolvidos em um dos trambiques do PT. Como não foram barrados e tiveram autorização para se candidatarem, a limpa fica sob responsabilidade da população. Ooooh!
O que vamos assistir domingo será a maior legitimação de corruptos da história do Brasil. Legitimação em massa. Em São Paulo, de acordo com pesquisas, Paulo Maluf (PP-SP) será o mais votado deputado federal. João Paulo Cunha (PT-SP), acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato pelo MPF, pede “humildemente” à população “um voto de confiança” para permanecer na Câmara. Será reeleito. Jader Barbalho (PMDB-PA), o mais novo amigo de Lula, também será reeleito deputado Federal. Para o cientista político do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) Fabiano Santos, o PT será o partido “mais bem votado ou entre os mais votados” e elegerá uma bancada “maior ou igual a atual”, apesar de toda sujeira. Em Rondônia, o deputado estadual Carlão de Oliveira (PSL-RO), preso na Operação Dominó sob acusação de ter desviado R$ 70 milhões da Assembléia de Rondônia, mesmo de dentro da cadeia, conseguiu manter sua candidatura a reeleição e deverá ser o campeão de votos. Em Mato Grosso, para federal veremos a reeleição de Pedro Henry (PP-MT), famoso por fazer parte de todas as listas de todos os escândalos. Possivelmente veremos ressuscitada a figura de Carlos Bezerra (PMDB-MT), não menos complicado que Henry e que tem como proposta transformar MT em uma base tecnológica. Jisus, isso me lembra computador, que me lembra INSS, vocês se lembram??? Teremos também a eleição de alguns novatos, mas no lugar de renovação, representam nada além da mediocridade em instancia federal. Isso demonstra a carência da população, a baixa capacidade de discernimento e comprova que, apesar da democracia ser a melhor das formas de governo, sem a presença de uma Justiça independente, ágil e sem vínculos partidários, continuaremos ano após ano na mesma situação. É deprimente, mas ao que tudo indica, neste domingo, no lugar de Eleições 2006, teremos Indulto 2006. Um mutirão “da cidadania” para expedição de alvarás de soltura.
Editado por Adriana às 9/28/2006 05:31:00 PM |
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