Os dois principais acusados pela operação de compra do dossiê contra os candidatos tucanos receberam no passado dinheiro da União. O ex-assessor da Presidência Freud Godoy tinha um salário de R$ 4.850 e já ganhou R$ 79 mil em outros benefícios custeados pelos cofres federais. Já a empresa Saneng, de Valdebran Padilha, que foi preso pela Polícia Federal na sexta-feira por intermediar a negociação, também recebeu R$ 277,4 mil de 2002 até 2004.
As informações foram pesquisadas no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e pela ong Contas Abertas. Os valores extra salariais pagos a Godoy se referem a diárias de viagem, auxílio moradia e ajuda de custo. Quando chegou a Brasília, por exemplo, em 2003, o braço direito do presidente Lula ganhou R$ 12.600 para pagar as despesas de sua mudança. Cada mês, ele recebia outros R$ 1.800 para cobrir o aluguel ou a hospedagem em hotel de Brasília.
A Saneng Saneamento e Construção chegou a receber R$ 19.132,82 dos cofres federais depois de ter sido inscrita como inadimplente no Cadin, em 13 de janeiro de 2004. A inscrição no Cadin foi feita pela Procuradoria Geral da Fazenda e se deve a impostos não pagos pela empresa da qual Padilha é sócio. A rigor, a situação de inadimplente deveria impedir que a Saneng continuasse recebendo dinheiro federal. Antes do fato, entre 2002 e 2003, a empresa chegou a receber R$ 258,2 mil pela construção de uma sede de segurança na UFMT e uma agência de atendimento da Delegacia Regional do Trabalho em Cáceres. Além de fazer obras, a Saneng está cadastrada no site de compras do governo federal como possível fornecedora de mais 400 itens de produtos, de salame e macarrão até creme de barba e navio de passageiro.
A longa lista de material seria uma estratégia da empresa para poder firmar a maior quantidade possível de contratos com a União, mas parece ter sido mal sucedida, devido à condição de inadimplência. Valdebran foi preso pela PF em SP, junto com o advogado Gedimar Passos.
Editado por Adriana às 9/19/2006 12:15:00 AM |
 
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