Por Paula Barcellos no Jornal do Brasil Por trás da fraude, assessores de Lula Na reta final do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assiste a mais um escândalo envolvendo homens de confiança. Depois da queda de caciques como José Dirceu, José Genoino e Antonio Palocci, é a vez dos assessores, dos burocratas. As denúncias atingem agora o Palácio do Planalto e os bastidores da campanha. Chefe do núcleo de informação e inteligência do comitê de Lula, Jorge Lorenzetti é amigo do presidente de longa data, desde a fundação do PT e da CUT. Voz do petista em Santa Catarina, foi ele quem contratou o advogado e ex-policial federal Gedimar Pereira Passos para trabalhar na campanha da reeleição. Por ironia, o homem que chegou a chefiar a segurança de autoridades e embaixadas em nome da Polícia Federal foi preso pela instituição onde serviu por anos.
Casado com uma funcionária do Ministério da Integração Nacional, Gedimar foi detido com o empreiteiro petista Valdebran Padilha Silva, na sexta-feira. Juntos são acusados de serem os intermediários na venda do dossiê do tucano José Serra. A negociação, segundo os presos, teria sido tramada pelo assessor especial da Secretaria Particular da Presidência Freud Godoy. Mais do que amigo, Freud é praticamente parte da família Silva desde os anos 80. Morou no Palácio da Alvorada, nos primeiros meses do mandato do petista. Nesse período, fez de tudo: desde levar a cadela de estimação do casal presidencial ao veterinário até controlar protestos na porta da residência. Era o organizador das festas na Granja do Torto e na Alvorada. Viajou com o presidente, foi porta-voz de Marisa Letícia, além de ser visto no apartamento de Lula no ABC. Tem, portanto, o perfil típico de um homem da estrita confiança do presidente. Um dos coordenadores de campanha do PT, Osvaldo Bargas não fica atrás no quesito intimidade com o presidente. Amigos de Lula desde os tempos do movimento sindical, Bargas e Lorenzetti mudaram de função. Hoje, em vez de atuarem em reuniões sindicais, têm tarefas como ir à suíte do Hotel Crowne, por exemplo, onde tentaram negociar o dossiê contra Serra com a revista Época.
Editado por Giulio Sanmartini às 9/20/2006 02:28:00 AM |
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