Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa O problema da crise é que não termina com a eleição de Lula. Se definido dia 2 o resultado da corrida presidencial, ainda faltam várias questões a serem respondidas. Que ameaçam a reeleição, pois se ficar constatado que o dinheiro que seria usado para a compra do dossiê dos Vedoin saiu do caixa da campanha do presidente ele ficará automaticamente impugnado. Isto quer dizer que não dizer quem são os donos das contas de onde saíram tais recursos tem alcance limitado. Pôr cangalha na Polícia Federal para que adie parte das investigações para depois de domingo, idem. O efeito desta manobra é de alcance limitado, pois não quer dizer nem que o assunto será esquecido nem que a oposição vai sossegar com a derrota. Para efeito das pesquisas de opinião, pode até dar certo.
Então, o que virá depois da eventual reeleição de Lula não deixa de ser preocupante. Dias atrás, disse aqui mesmo que o governo não tem uma agenda positiva, única coisa que teria força suficiente para desviar a atenção da crise. Da mesma maneira como negociar uma trégua com PSDB e PFL é quase impossível, pois se desmoralizariam com tão evidente oportunismo. De mais a mais, o próprio Geraldo Alckmin já disse que não aceita algo neste sentido. A reeleição não responde às perguntas que estão no ar. Até as agrava, pois Lula não pode querer começar o segundo mandato com tamanha desconfiança sobre seu caráter. Seria fator suficiente para que se formasse no horizonte uma onda capaz de abalá-lo. Vencer no voto não apaga seus pecados, tampouco o abona de explicações.
Editado por Giulio Sanmartini às 9/27/2006 11:38:00 AM |
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