Do blog do Zé Dirceu
Na nota que publicou no Estadão, no sábado, o ex-ministro da Saúde Barjas Negri disse o seguinte: "É o empenho no orçamento, não o empenho - no sentido de agilizar - na aprovação do convênio". Ele se referia àquele documento que reproduzi aqui no qual, como secretário-executivo do MS, pediu a concretização de um convênio de ambulância com a cidade de Nossa Senhora do Livramento (MT). Barjas Negri brinca com palavras. Na nota, ele fala em 2002, quando o documento é de 13 dezembro de 2001. Mais do que isso, ele sabe que, embora tenha escrito que o convênio deveria ser feito "por determinação do senhor ministro José Serra", o empenho não foi feito até 31 de dezembro de 2001. Assim, o senador tucano Antero Paes de Barros, que em 25 de julho de 2001 havia enviado para Barjas Negri o ofício GSAPB nº 359/2001 com a documentação e o pedido da ambulância, não teria o pleito atendido.
Mas eles deram um jeito. Antero queria a ambulância pagando com aquela emenda de bancada que os parlamentares de Mato Grosso racharam e deram para o deputado Lino Rossi cuidar. Sem o empenho no prazo, isso se tornou impossível. Mas o convênio, no valor total de R$ 88 mil (R$ 80 mil do MS), foi assinado em 25 de abril de 2002, por Barjas Negri e pelo prefeito de Nossa Senhora do Livramento, Carlos Roberto Costa, eleito em 2000 pelo PSDB. Leva o número Siafi nº 449.853. Confiram na página do Fundo Nacional de Saúde. Voltando ao jogo de palavras, a questão é que houve empenho. Barjas Negri sabe muito bem que a ambulância foi paga com recursos próprios do Ministério da Saúde, não com uma emenda de bancada, afinal ele assinou embaixo. Para quem entende do Orçamento da União, basta dizer que houve uma mudança na classificação funcional-programática. E já que não há dinheiro sobrando, só pode ter ocorrido por vontade de alguém. Para os demais mortais, o que importa é que Antero pediu e a ambulância saiu – até hoje o prefeito acredita que foi por causa da emenda do senador.
Editado por Adriana às 9/19/2006 11:49:00 AM |
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