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"MAS OS MOTIVOS DA GUERRA PARA MIM PERMANECEM JUSTOS
Por Giulio Sanmartini
Quem diz isso e o escritor israelense Avraham Yehoshua (Jerusalém 1936). Sem ser um militante, é um pacifista que defende o diálogo entra judeus e palestinos. Fundador do movimento “Paz Agora” (Shallon Achshav – http://pazagora.org/) Avraham dá uma rápida entrevista a Alberto Stabile, correspondente do jornal “la Repubblica” em Israel. Vejamos:
Avraham Yehoshua, qual a diferença que há entre o seu apelo de cessar o fogo e aquilo que se discute agora no Palácio de Vidro (sede da ONU)?
É óbvio que há uma diferença. Nós falamos de um cessar fogo recíproco, não de um cessar fogo unilateral, e com um assentimento libanês. Todavia coisa importante em nosso apelo, que encontra expressão nos primeiros parágrafos, e para nós era fundamental dizer que o motivo pelo qual fomos à guerra justo. Temos consciência das pesadas críticas que existem na Europa sobre essa guerra, mas nós queremos dizer que as pessoas devem entender a base ética dessa guerra, se não em todos os movimentos, pelo menos na maior parte destes, é que reside o próprio fato pelo qual entramos na guerra.
Em que sentido, segundo o senhor, se trata de uma guerra justa?
Nos encontramos numa situação única na história moderna: não se tratam de organizações terroristas: Hezbollah é uma organização política, que tem escritórios, soldados, carros armados, sistemas econômicos e é representado no Parlamento. Mas se comporta como um estado dentro do estado, e se pode permitir de fazer coisas que nenhum país no mundo ousaria fazer. Não só combatem com outro país sem que haja alguma reivindicação, se não aquela de cancerlar-lhe a existência. Segundo eles, esse território é a Palestina setentrional. São os mais extremistas de todos os palestinos inclusive os do Hamas. Portanto é necessário entender a justiça inserida nessa guerra.
Segundo o senhor, partindo do pressuposto que os combates cessem agora, Israel sairia vencedor no confronto?
Não gosto da palavra vencedor. Não creio que esse seja o nosso problema. Segundo penso, jamais fomos vencedores, nem depois da Guerra dos Seis Dias. O nosso objetivo é a paz e só essa é a vitória. Sofremos um ataque a nos encontramos em frente a estas gravíssimas ameaças. Se tivéssemos esperado ainda quatro anos, o perigo teria atingido dimensões terríveis. Os míssei seriam de longo alcance, os danos a Israel seriam muito maiores, e em conseqüência também aqueles do Líbano muito mais graves. Por isso estamos convencidos que tenha chegado o momento de consentir um acordo de cessar fogo, com todas as condições que mais ou mnos foram propostas pela França e pelos Estados Unidos.


Editado por Giulio Sanmartini   às   8/08/2006 06:00:00 AM      |