Por Francisco Marcos - publicitário e cientista político
Em tempos idos nós tínhamos o devido respeito, chamados de anciãos, havia o conselho dos anciãos, hoje somos chamados de velhos, apesar do apelo hipócrita de terceira idade, feliz idade e outras baboseiras. Temos um Estatuto que é desrespeitado em todas as instâncias, os lugares reservados em coletivos se situam em cima das rodas, acenamos e os motoristas fingem não nos ver, na certa já tiveram contato com o espírito de Ponce de Leon e beberam água da eterna juventude. Nas casas lotéricas que além de um antro de jogatina são também agências bancárias o tratamento especial inexiste, só existe na placa de aviso. Nos bancos, instituição cancerosa e cancerígena, existe a caixa indicada para os idosos, mas constantemente os funcionários se deslocam e demoram a voltar. Passagens em ônibus de longo percurso as exigências são de tal ordem e a má vontade é tão explícita que mais um direito não é exercido. Nós não precisamos de estatutos e conselhos tutelares que proporcionam sinecuras, queremos a justiça em nossas aposentadorias.A Previdência desde sempre foi esbulhada, desvios de dinheiro para toda sorte, construção de Brasília, Itaipu, Transa amazônica, Funrural, atribuições que nada tem a ver com previdência.Tudo isto corroborando com os grandes devedores: empresas de ônibus, clubes de futebol, georginas da vida, empresas de comunicação. Aos grandes devedores a legalização das dividas: REFIS com vários números e anos, muitos anos para quitar. Não bastasse também temos o Governo Federam como o maior devedor, nunca colocou a sua parte. Agora para fazer face aos compromissos com o Partido Financeiro, o mais forte do Brasil, com uma capilaridade de fazer inveja ao PMDB, desvia dinheiro destinado à Previdência para pagar juros aos bancos. Quem revelou isto é o Márcio Porchmann, da Unicamp e ex-secretário da inefável Smith de Vasconcelos, que também é Marta Suplicy para os mais íntimos. Marcio deve estar a serviço das elites brancas próprias da burguesia imperialista que domina o Brasil. Um tremendo agravante é que as “entidades dos aposentados” não se manifestam a respeito do veto imposto ao projeto de lei do Congresso, que equipara parte das aposentadorias ao mesmo porcentual de reajuste do salário mínimo. O veto é feito por aquele que é originário do chão de fábrica e ratifica a assertiva: a grande paixão do explorado é tornar-se explorador.O que me preocupa é a crescente presença na mídia de luminares se manifestando a respeito da Previdência, a maioria deles não cita o estudo de Porchmann, os dirigentes sindicais continuam calados, e os principais candidatos à Presidência da República também. Só “maldito” como Sebastião Nery, da Tribuna da Imprensa, suscita o assunto O glorioso Partido dos Tra(balha)idores de origem operária fala de tudo menos sobre este veto, não me surpreende, pois não cometem crimes e sim erros, não sonegam, apenas não contabilizam, não são malandros, são pragmáticos.Nós também temos parcela de culpa, somos mais de dez 10% da população, e as nossas associações estão mais para o diletantismo social, deixando de lado o reivindicativo.
“O idoso quer dignidade e não caridade”.
Editado por Adriana às 7/16/2006 04:29:00 PM |
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