Deputados roubam e confessam, como João Paulo Cunha, Professor Luizinho, Severino Cavalcanti e muito outros; ministros comentem crimes, o filho do presidente da República se envolve num negócio nebuloso; aloprados alopram e tudo fica como está. Ninguém se explicou ou se desculpou, pelo menos aos seus eleitores. A maioria desses facínoras foi eleita para a legislatura que começa agora, portanto a maior pena que alguns desses corruptos tiveram, foi ficar sem mandato. Agora mesmo dos 513 deputados que tomam posse hoje, 74 respondem à processos dos mais variados na Justiça. Mas na Câmara dos Deputados existem alguns poucos que são realmente sérios, coerentes éticos, honestos. Entre essa minoria merece destaque Fernando Gabeira (PV-RJ). Ele em uma entrevista na Playbay, que alguns trechos foram publicados na Veja, como num desabafo, disse que a noite da Capital Federal era composta apenas de prostitutas Lobistas e Deputados. De fato Gabeira tem uma grande razão, basta citar como exemplo a mansão onde era caseiro Francenildo Costa, lá podiam se encontrados os três espécimes, embalados pelas prostituas de luxo da cafetina Jeane Córner. Mas os indignados de opereta bufa, os hipócritas de plantão, talvez por fazer parte dessa fauna, caíram de pau sobre o deputado. Gabeira fazendo uso da elegância que faz parte de sua personalidade escreve uma carta onde se “desculpa”. ( G.S.) “Uma carta para Brasília Por Fernando Gabeira A Veja publicou esta semana uma frase minha, retirada de uma entrevista que sairá na revista Playboy, no princípio de fevereiro. Creio que a frase foi apresentada de uma forma que merece algumas explicações à cidade a todos que vivem e trabalham nela. Em momento nenhum, quis dar a impressão de que todos os lugares de Brasília eram idênticos. Referia-me apenas a alguns lugares específicos. Há dez anos que procuro entender a cidade, embora ainda tenha muito que estudá-la antes de escrever algo mais apropriado sobre ela. No fluxo da conversa, não me movia nenhuma hostilidade aos que vivem e trabalham aqui. Da mesma forma, quero esclarecer que nasci e vivi ao lado de uma zona de prostituição e as prostitutas tiveram um papel fundamental na minha educação, protegendo-me e orientando-me em situações perigosas. Num jantar que ofereci a elas no Rio, ao lançar o projeto de legalização, tive a oportunidade de expressar meu agradecimento. Sou deputado há doze anos e me candidatei a um novo mandato. Se não gostasse das relações que tenho aqui e não tivesse feito algumas amizades importantes, seria impossível permanecer tanto tempo. Recebo e discuto transparentemente com lobistas sempre que isto é solicitado, reservando-me é claro a independência de minhas posições. Numa entrevista do tipo "Playboy" estava apenas falando de minhas preferências, de lugares que não vou à noite, de configurações noturnas que não me divertem. A todos que se sentiram ofendidos com estas afirmações, peço desculpas e esclareço que não queria transmitir a idéia de uma cidade devassa, mas apenas uma característica de capitais, em que muitas vezes, lugares noturnos apenas prolongam o trabalho. Como foi a frase extraída de uma entrevista, creio que ao ser publicado o texto ficará bem claro que esta frase foi dita, num contexto não moralista, em que eu afirmava que na política nem sempre se bebe com quem se trabalha".
Editado por Giulio Sanmartini às 2/01/2007 01:14:00 AM |
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