'Temos de construir um consenso para que a CPI funcione. E isso tem de ser feito com calma', observou. Sem quórum, o pefelista concordou com o adiamento.

REUNIÃO

Pelo regimento do Senado, o presidente de CPI é escolhido no voto e cabe a ele indicar o relator. Mas a base aliada tem maioria na CPI das ONGs - só 4 dos 11 integrantes são da oposição - e, por isso, cogitou pôr o senador João Alberto (PMDB-MA) na presidência. Sibá Machado (PT-AC) ficaria com a relatoria.

Ontem, Jucá deu a entender que a presidência da comissão deve ficar com um oposicionista, e a relatoria com um senador da base aliada. A reunião entre os líderes para buscar um consenso foi marcada para terça-feira.

O governo está preocupado em não melindrar a oposição às vésperas da votação da proposta de Orçamento da União para 2007. Teme que a oposição acabe atrapalhando sua aprovação. 'A idéia é não criar um clima de beligerância e confronto, e sim de harmonia', explicou Jucá. 'Vamos construir um entendimento.'

Para impedir a instalação da CPI ontem, os senadores da base governista não apareceram. Apenas quatro assinaram presença. 'É uma manobra do governo para impedir o funcionamento da CPI. Mas não tem problema. Tenho assinaturas para que ela funcione a partir de fevereiro do ano que vem', reagiu Heráclito, momentos antes de Jucá aparecer para propor um acordo.

A CPI foi proposta por Heráclito para investigar suposto desvio de dinheiro público para ONGs durante o governo Lula. Os senadores da base aliada querem estender essas apurações para abranger os repasses de verbas a essas organizações feitos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.